Na última sexta-feira (14), o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) aprovou a adesão ao calendário de mobilizações do funcionalismo convocado pelas carreiras típicas de Estado.

Assim, fortalecendo a paralisação já convocada pelo Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), as entidades que compõem o Fonasefe se somam ao Dia Nacional de Luta, Mobilização e Paralisação, com atos em Brasília e nos estados, convocados para a próxima terça-feira (18).

A mobilizações para o dia 18 já contam com mais de 50 setores do funcionalismo. Entre as categorias representadas pelo Fonasefe estão professores, profissionais de saúde, servidores da seguridade social, além de carreiras típicas de Estado e funcionários do Judiciário, contabilizando mais de 500 mil funcionários na ativa.

Os servidores exigem a reposição salarial da inflação para o conjunto do funcionalismo. No final do ano passado, o governo chegou a prometer reajuste apenas para as carreiras da segurança pública, mas nem esse está garantido, segundo o próprio governo.

O coordenador-geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), David Lobão, afirmou que no dia 18 será entregue ao ministro Paulo Guedes um documento que mostra que a categoria já acumula perda salarial de 53% desde 2010, uma vez que os últimos reajustes não compensaram a inflação. No governo Bolsonaro, com o congelamento dos salários, a perda é de 19,99%.

O Fonasefe aprovou também mais duas datas de mobilização: dia 14 e 25 de fevereiro. David lembra que a campanha salarial deste ano enfrenta um calendário apertado, já que a legislação eleitoral só permite que os reajustes podem ser concedidos até o começo de abril, seis meses antes das eleições. “Acreditamos que teremos de fazer uma luta dura. Hoje, a discussão foi muito em cima disso. Precisamos movimentar a base e chegar em 9 de março com sangue nos olhos”, diz.

A presidenta do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), Rivânia Moura, afirmou a necessidade do fortalecimento da unidade entre os servidores para o processo de mobilização e construção da greve.

“Avaliamos que foi essa construção da unidade na luta que levou às grandes mobilizações feitas em 2021 e, em especial, à vitória da luta contra a PEC 32, para garantir que a proposta não fosse votada no ano passado. Conseguimos também reabrir este debate com a sociedade, sobre a importância dos serviços públicos e dos servidores, o que ajudou a pressionar os deputados. Temos uma jornada de luta a ser construída em fevereiro, protocolaremos nossa pauta de reivindicações dos servidores na próxima semana, que tem como ponto principal de pauta o realinhamento salarial”, disse Rivânia.