Eduardo Bolsonaro participou de preparação de golpe pró-Trump
Dois jornalistas investigativos norte-americanos publicaram artigos afirmando que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho de Jair Bolsonaro, participou de reuniões nos Estados Unidos com o grupo que organizou a invasão ao Capitólio, no dia 6 de janeiro, para tentar impedir o reconhecimento de que Joe Biden venceu as eleições presidenciais.
Eduardo, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, estava nos Estados Unidos durante a tentativa de golpe trumpista.
Em suas redes sociais, Eduardo Bolsonaro fez publicações junto ao empresário Michael Lindell, um dos principais articuladores da conspiração e conselheiro de Donald Trump, e com Ivanka Trump, filha de Trump.
De acordo com o jornalista Seth Abramson, do Proof, existem evidências de que Eduardo Bolsonaro participou das reuniões do “conselho de guerra” de Trump entre os dias 4 e 5 de janeiro.
“Detalhes anteriormente desconhecidos da reunião de Lindell-Bolsonaro em 5 de janeiro podem estabelecer ligações entre o círculo interno de Trump e a insurreição de 6 de janeiro e o ataque ao Capitólio”, disse o repórter em seu artigo.
Abramson apurou que 23 pessoas participaram de uma reunião, o “conselho de guerra”, no dia 5 de janeiro, que organizou os detalhes da tentativa de golpe do dia seguinte. Entre elas estava o filho de Jair Bolsonaro.
A reunião aconteceu dentro do Trump International Hotel, em Washington, e contou com a presença de dois filhos de Trump, Donald Trump Jr. e Eric Trump, dos empresários Michael Lindell e Daniel Beck, e de políticos como Michael Flynn, ex-conselheiro de Segurança Nacional, Rudy Giuliani, advogado de Trump e ex-prefeito de Nova Iorque, e Corey Lewandowski, membro do Conselho de Negócios de Defesa.
Eduardo Bolsonaro publicou, no dia 6 de janeiro, enquanto acontecia a tentativa de golpe, uma foto com Michael Lindell. A foto que Lindell usa na fotografia não é a mesma que estava usando durante uma live que fez enquanto invadiam o Capitólio.
Nesta live, Lindell chegou a citar que esteve com “o filho do presidente do Brasil” na noite anterior.
Uma reportagem feita por Olivia Little, da Media Matters, reforça que Eduardo Bolsonaro participou da reunião no dia 5 junto a mais de 20 pessoas.
Além disso, Olivia afirma que Michael Lindell é o principal financiador da indústria de fake news que afirmava que Joe Biden tinha fraudado as eleições presidenciais.
Por conta de suas publicações mentirosas, Lindell foi banido do Twitter.
O governo de Jair Bolsonaro foi o único no mundo a não condenar a tentativa de golpe nos Estados Unidos.
Bolsonaro disse que “[existe] muita denúncia de fraude. Quando eu falo isso, a imprensa diz: ‘Sem provas, presidente Bolsonaro diz que eleição foi fraudada’. Eu acredito que sim, eu acredito que foi [fraudada] descaradamente”. Nenhuma fraude foi comprovada.
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse que “há que reconhecer que grande parte do povo americano se sente agredida e traída por sua classe política e desconfia do processo eleitoral”.