O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, disse que o futuro governo tem a intenção de mudar a embaixada do Brasil em Israel. Eduardo Bolsonaro com boné que ganhou de apoiadores em Washington.

O sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) Manoel Silva Rodrigues, que se encontra atualmente preso na Espanha, flagrado transportando 39 quilos de cocaína em avião da comitiva do presidente da República, Jair Bolsonaro, está lutando na Justiça pelo direito de apresentar informações sobre os fatos à Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, presidida por Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Eduardo Bolsonaro deveria ser o primeiro a convocar a defesa do sargento para dar explicações de como ele, membro da comitiva presidencial, pôde transportar 39 quilos de cocaína em sua mala. Mas, estranhamente, o “zero três” está impedindo que isso aconteça. Eduardo não está permitindo que o sargento seja ouvido.
Por que Eduardo Bolsonaro não quer conhecer a versão do sargento? Por que ele está impedindo a vinda dos advogados do sargento preso à Câmara dos Deputados? Essa é uma pergunta que não quer calar.
AÇÃO
Na ação judicial, Rodrigues afirma que Eduardo, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, convidou representantes do Gabinete de Segurança Institucional e da Força Aérea Brasileira para se manifestarem sobre o episódio de sua prisão.
O militar alega que ele também tem o direito de se manifestar sobre o caso. Mas, de acordo com o militar detido na Europa, o deputado ignorou todos os seus pedidos para se manifestar.
Rodrigues pede que seja representado pelo seu advogado – já que se encontra preso na Espanha – em razão do direito assegurado pela Lei 13.188/15. Em recente reportagem no Fantástico, da Rede Globo, que provocou protestos do governo, ficou claro que outros personagens também estão envolvidos na operação.
Fato que era esperado, afinal, não era crível que o sargento estivesse agindo sozinho. Que ele ia vender essa cocaína na praça. Tinha mais gente envolvida.
Até agora, porém, Manoel Silva Rodrigues não teve sucesso em seu intento de abrir o jogo todo.
Nem Eduardo Bolsonaro chegou sequer a responder seus e-mails, nem a juíza de primeira instância que julgou o caso, Joana Cristina Brasil Barbosa Ferreira, da Primeira Vara Cível de Taquatinga (DF), atendeu a seu pedido para ser ouvido.
CONTRA
Em decisão publicada no último dia 9, a magistrada afirmou que o militar não tem urgência para se manifestar sobre o caso, muito menos na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, que não tem a função de julgar criminalmente o episódio.
“Na hipótese dos autos, não há que se falar em urgência contemporânea à propositura da ação, pois qualquer esclarecimento que o requerente (sargento Manoel Silva Rodrigues) tenha a fazer às Comissões da Câmara dos Deputados não demanda urgência, eis que referidas comissões não constituem veículos de comunicação e tampouco são competentes para tramitação de processo criminal, no qual o requerente terá oportunidade de defesa assegurada”, diz a juíza.
Não se sabe por qual motivo o Brasil não pode conhecer a versão do sargento preso a respeito dos 39 quilos de cocaína transportados para a Espanha em um avião da comitiva de Jair Bolsonaro. Ao militar, resta, agora, ingressar com um recurso na segunda instância da Justiça, insistir nos pedidos por e-mail a Eduardo Bolsonaro e aguardar que o inquérito que corre sob sigilo na FAB resulte na abertura de um processo judicial, quando só então poderá ser ouvido, segundo a juíza Joana Ferreira.