Economista Elias Jabbour vai assumir diretoria no Banco dos BRICS
A ex-presidenta da República e atual presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), Dilma Rousseff, convocou o professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Elias Jabbour, para assumir a Diretoria de Pesquisas do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD). Ele se licenciou das salas de aula para assessorar Dilma no banco do grupo de nações emergentes Brics e deve permanecer em Xangai por um período de dois anos.
A informação foi divulgada pela coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, e checada pela reportagem. Devido a questões contratuais do banco, o economista não pode conceder entrevista sem autorização da empresa.
Nesta terça-feira (13), Jabbour receberá o principal prêmio literário chinês para estrangeiros, o Special Book Award of China 2022, pela edição de seu livro “China: O Socialismo do Século XXI”. Escrita em parceria com Alberto Gabriele e publicada pela Boitempo em 2021, a obra teve seus direitos comprados para ser editada em mandarim.
Membro do Comitê Central do PCdoB, Elias Jabbour é professor dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Econômicas (PPGCE) e em Relações Internacionais (PPGRI) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Com cerca de 25 anos de dedicação intelectual às temáticas do socialismo e da experiência chinesa é autor dos livros China: o socialismo do século XXI (Boitempo, 2021); China: socialismo e desenvolvimento – sete décadas depois (Anita Garibaldi, 2019); China hoje: projeto nacional, desenvolvimento e socialismo de mercado (Anita Garibaldi/EDUEPB, 2012); China: infra-estruturas e crescimento econômico (Anita Garibaldi, 2006) e China: desenvolvimento e socialismo de mercado (Departamento de Geociências, CFH-UFSC, 2006).
Socialismo chinês
Escrito para o público geral, o livro China: o socialismo do século XXI é um trabalho teórico e estatístico que analisa o gigante que se tornou, nas últimas duas décadas, a locomotiva do sistema econômico mundial. O diferencial da obra é questionar o que seria o socialismo chinês, e se difere do capitalismo tal qual o conhecemos até aqui.
Os autores consideram a complexidade da China ao fugir ao senso comum sobre preconceitos ideológicos contra o socialismo ou ainda da apologia ao sistema econômico e político em vigor naquele país. Em vez disso, analisam a peculiaridade das relações de propriedade e das ferramentas de planejamento/projetamento que o Partido Comunista Chinês disponibiliza para governar e tornar-se uma alternativa viável ao ambiente de crise perene do capitalismo ocidental.
A obra apresenta um país que conseguiu, durante décadas, alcançar uma das taxas de crescimentos mais estáveis da história, passando de um dos mais pobres do mundo a segunda economia do planeta e que possui vasta base industrial e científica, sem ignorar que o sistema socioeconômico chinês também carrega suas contradições.
Segundo o atual ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida, este “é um livro que tende a tornar-se ponto incontornável nas discussões sobre as singularidades da economia chinesa e, por consequência, das possibilidades de ressignificação do socialismo”.
O economista Luiz Gonzaga Belluzzo considera que “a aventura dos autores empenha-se em descobrir no socialismo da China a construção de uma nova formação econômica e social que instiga a perplexidade dos conformistas que não se cansam de indagar: Capitalismo de Estado ou Socialismo de Mercado?”
O sociólogo da UFRJ, Carlos Eduardo Martins, diz que Elias Jabbour e Alberto Gabriele “entregam neste livro um rico material analítico e empírico e propõem uma síntese original entre o marxismo, o estruturalismo e o keynesianismo que não pode ser ignorada pelos cientistas sociais”.
(por Cezar Xavier)