Manuela e Rosseto em campanha para a prefeitura de Porto Alegre. Foto: Divulgação

No último artigo da minha coluna para o Brasil de Fato eu procurei abordar, ainda que de forma superficial, os resultados das eleições no primeiro turno eleitoral.

Por Vanessa Grazziotin*

E a conclusão mais importante que, aliás, todas as forças políticas estão chegando, é que existe sim um grande derrotado nas eleições municipais neste ano de 2020 e este derrotado chama-se Jair Bolsonaro. Ou seja, há uma unanimidade que analisa que o grande derrotado é o bolsonarismo.

Mas penso que agora nós precisamos canalizar todas as nossas forças e as nossas energias para as disputas eleitorais que acontecem ainda em 57 cidades brasileiras, que disputarão o segundo turno no próximo domingo (29), elegendo os seus futuros prefeitos ou prefeitas.

Destas 57 cidades em disputa, nós temos condições de garantir uma vitória das forças progressistas, em aproximadamente 27 cidades, onde partidos progressistas, anti-bolsonaristas e anti-neoliberais estão disputando com as suas candidaturas.

Então é importante que neste momento entendamos todos que, sendo ou não militantes partidários, somos cidadãos políticos e que, a partir disso, possamos compreender a necessidade, a importância e diria até da premência de nos envolvermos neste processo de disputa eleitoral, apoiando essas candidaturas progressistas.

Isso é muito importante porque aquilo que até recentemente poderia ser uma candidatura de esquerda apenas demarcando posição, hoje se mostra claramente com grandes chances de vitória.

Eu não vou passar pelas 57 cidades, mas vou apenas falar de alguns exemplos:

Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Manuela D’Avila tem condições reais de vitória e está com a sua candidatura apoiada através da unidade de todas as forças progressistas.

Então as condições e as chances de vitória são reais. Aliás, nessa última semana, a cada dia é mostrado um percentual maior de votos que a campanha de Manuela tira da campanha do seu adversário.

A outra cidade é São Paulo, onde a cada dia que passa se torna mais real a possibilidade de vitória da candidatura de Guilherme Boulos e Luiza Erundina (PSOL).

Assim como em Fortaleza precisamos derrotar as forças bolsonaristas, no Rio de Janeiro, em São Luiz e em tantas outras cidades brasileiras.

Mas enfim, penso que o que vai ficando muito claro deste processo eleitoral é a necessidade da unidade das esquerdas já preparando 2022, mas não só, preparando e firmando a opinião perante o povo brasileiro, restabelecendo a verdade dos fatos.

E aí eu quero falar também rapidamente sobre uma entrevista concedida há pouco dias por Felipe Neto. Ele que não é um militante partidário, é apenas um jovem, mas o maior influencer que nós temos no país. Um jovem que tem mais de 60 milhões de seguidores entre Youtube, Facebook e Instagram. Um jovem que fala com os jovens brasileiros.

Pois bem, na entrevista recente ele fez uma auto-crítica ao seu posicionamento. Porque como nós, ele passou a registrar o fato de que a virada política que se deu no Brasil no início do avanço da direita atrasada, conservadora e exploradora no Brasil se deu no ano de 2013.

Foi em 2013, junto com aquelas manifestações que pareciam apartidárias – e que hoje estão com os seus representantes de direita no Congresso Nacional e em várias casas parlamentares legislativas do Brasil inteiro. Ali não apenas a direita ressurgiu, mas com ela o discurso do ódio, da intolerância.

Com ela, uma força maior aos projetos neoliberais de destruição do estado brasileiro de privatização e principalmente de retirada dos direitos dos trabalhadores.

Pois bem, Felipe Neto fez uma crítica por estar presente no movimento de 2013 e levanta, como nós levantamos com muita força, a necessidade da união das forças progressistas contra o neoliberalismo. E destaca a forma como nós precisamos chegar à juventude brasileira, dialogar com a juventude brasileira.

Segundo a avaliação dele, que de todos nós seja talvez quem mais entenda de redes sociais, é a direita que vêm ganhando espaços junto à juventude, divulgando falsamente que a solução para tudo é o liberalismo, enquanto é exatamente o contrário.

O liberalismo e o neoliberalismo são os responsáveis por tudo o que de ruim acontece na sociedade. É responsável pela crise, pelo desemprego, pelos baixos salários, pelo fraco desenvolvimento da nossa economia e pelo paupérrimo desenvolvimento social do nosso país.

Enfim, precisamos tomar lições não apenas teóricas, mas práticas, desde já, deste processo eleitoral de 2020. Semana que vêm vamos, enfim, analisar o resultado definitivo das eleições municipais deste ano.

 

*Vanessa Grazziotin,  ex-senadora (AM), é membro do Comitê Central e secretária da Mulher do PCdoB

 

(PL)