Advogada Stella Morris no ato londrino pela libertação de Assange

“A extradição do Sr. Assange aos Estados Unidos teria um efeito assustador sobre a liberdade de imprensa e poderia dificultar que a imprensa exerça sua função de informar e se colocar como observador para o público na sociedades democráticas”, afirmou o comissário de Direitos Humanos do Conselho Europeu, Dunja Mijatovic em carta ao secretário do Interior do governo inglês, Priti Patel.

Depois de persistentes apelações por parte da defesa do jornalista australiano – que denunciou crimes de guerra dos Estados Unidos no Iraque e Afeganistão, expondo-os como nunca antes através de farta documentação – tribunal superior inglês resolveu autorizar a extradição do jornalista aos EUA, onde provavelmente será condenado a mais de 170 anos de prisão. A decisão agora cabe ao secretário de Interior britânico a decisão de permitir ou não a extradição.

Atos por todo o planeta têm exigido, desde que Assange foi transferido por força policial agressiva da embaixada do Equador em Londres, onde se abrigava das injustas imputações norte-americanas, para a prisão de segurança máxima de Belmarsh.

Entre estes atos, uma manifestação diante do governo inglês acompanhou a entrega de uma representação contra a extradição de Assange ao secretário Patel. O documento foi entregue pela advogada Stella Moris, esposa do jornalista, nesta terça-feira, 17.

Os manifestantes voltaram a denunciar a insistência de Washington na extradição do fundador do WikiLeaks como “politicamente motivada”, distorcendo o seu exercício de jornalismo investigativo e criminalizando-o como “espionagem”. “É uma grave ameaça à liberdade de imprensa”, afirmaram os manifestantes através de cartazes e pronunciamentos.

“O que deixa muito claro que o caso é politicamente motivado é o fato das autoridades norte-americanas usarem a Lei de Espionagem para atentar contra a liberdade de Assange, uma lei historicamente usada para punir dissidentes”, declarou a manifestante Nonika.