Disparada de preços faz 84% de famílias reduzirem consumo
A renda doméstica diminuiu para 40% das famílias brasileiras nos primeiros três meses do ano, indica pesquisa realizada pela empresa de dados TransUnion, divulgada na sexta-feira (20). De acordo com os entrevistados, o aperto na renda se deve, principalmente, à perda de emprego, redução de salários e à carestia.
Em um cenário de inflação a 12,13%, que atinge principalmente itens básicos, como alimentos, 84% dos entrevistados disseram que estão deixando de consumir para equilibrar as contas.
“O peso no bolso dos brasileiros é motivado pelos impactos financeiros da pandemia de Covid-19, mas também pelo aumento da inflação e da taxa básica de juros do país, e tem levado a uma reorganização dos gastos”, analisa Claudio Pasqualin, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da TransUnion Brasil.
Comer fora, viagens e atividades de lazer foram cortadas da rotina de quase a metade dos brasileiros no primeiro trimestre de 2022. De acordo com a pesquisa, 49% das pessoas disseram que passaram a cortar esse tipo de gasto para que o salário dure até o fim do mês. Outra parte significativa (43%) declarou que adiou a compra de bens duráveis e de consumo, como eletrodomésticos e automóveis, além de roupas e eletrônicos.
Além de comprar, os brasileiros também não estão conseguindo cumprir seus compromissos. Mais da metade não conseguirá pagar uma ou mais conta atual e 77% têm preocupação se conseguirá no futuro próximo.
Entre as faixas de renda, as famílias que vivem com menos renda sentiram mais impacto nos orçamentos. Entre os que ganham até R$ 1 mil, 53% indicam que o orçamento foi reduzido no período. Entre os que têm renda famílias entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por mês, 35% declararam que sentiram o aperto nas rendas e; entre as famílias com renda acima de 10%, 24%.
Desemprego e queda na renda
No núcleo familiar dos entrevistados, é mais comum que alguém tenha perdido o trabalho ou sofrido redução salarial. Enquanto 24% afirmaram que alguém da família perdeu o emprego no período e 22% tiveram salário reduzido, apenas 7% disse ter conseguido uma nova posição.