Após o resultado da condenação do ex-presidente Lula pelo Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF-4) na tarde desta quarta-feira (24), dirigentes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) repudiaram a sentença que fere com a democracia brasileira.

À redação, o vice-presidente do PCdoB, Walter Sorrentino afirmou que foi uma vitória do arbítrio, do papel exacerbado do Judiciário, da mídia e outros órgãos do Estado. “Fruto do caos institucional que se abriu com o impeachment. A instabilidade pol-inst vai permanecer, inclusive sobre a eleição de outubro. Isso não beneficia ninguém, muito menos o Brasil e o povo”.

Segundo a senadora pelo PCdoB, Vanessa Grazziotin (AM), apesar de terem apresentado votos muito extensos, os desembargadores do TRF4 não trataram pontos cruciais da decisão em primeira instância como a ausência do ato de ofício, as ações do juiz Moro que trazem suspeição como a divulgação dos grampos telefônicos entre Lula e Dilma e mesmo a questão da suposta posse de um apartamento sem que haja uma única prova neste sentido. A percepção de que o ex-presidente Lula é vítima de lawfare e de que o julgamento foi político permanece. Acredito que os recursos às instâncias superiores irão restabelecer o princípio de que ninguém está acima da lei e ninguém está abaixo dela também. A luta em defesa de democracia e de justiça irá continuar em todo o Brasil.

Para o secretário de Política e Relações Internacionais do PCdoB, José Reinaldo Carvalho, o voto desse relator e a orquestração que se faz para condenar Lula à prisão e impedir sua candidatura à Presidência da República são claras indicações de que o fascismo assoma. “O regime entra em nova etapa, as ameaças e golpes ao sistema democrático e aos direitos do povo se intensificam. A resistência e a luta hão de percorrer nova etapa e tomar novas formas. É preciso sacar as lições e elaborar a estratégia correspondente. Primeira tarefa: Unir as forças de esquerda e progressistas”.

De acordo com o dirigente nacional do PCdoB, Edson França, não há alternativa, eles precisam ser contidos, é luta de classes se recrudescendo. Somente a presença de amplas massas nas ruas tem o poder de impedir eles a continuar avançando. Enquanto esse ator não entrar em cena não mudaremos o quadro, ao contrário, agora o alvo serão: os movimentos sociais e as lideranças de esquerda. Cada vez mais faz-se necessário a construção da Frente Ampla capaz de mobilizar o país em defesa da democracia, Estado de Direito e desenvolvimento. Golpe sabemos como começa, mas não sabemos como termina.

Do Portal PCdoB