Diretor do Ibama que fez operação contra o garimpo ilegal

O diretor de Proteção Ambiental do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Olivaldi
Borges Azevedo, foi exonerado do cargo pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles,
depois de ter feito uma megaoperação para parar o garimpo ilegal na Amazônia.
Com a crise do coronavírus, garimpeiros e madeireiros aproveitaram para avançar sobre terras
indígenas, desmatar e montar madeireiras ilegais. Os alertas de desmatamento subiram 29,9%
em março, comparado ao mesmo ano de 2019, indica o Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe).
No domingo (12), o programa Fantástico, da TV Globo, mostrou uma grande operação feita
pelo Ibama contra o garimpo ilegal no Pará.
Nela, foram presos garimpeiros, queimados equipamentos, tratores, combustível e estruturas,
como tendas e galpões. Jair Bolsonaro, que se preocupa com os prejuízos dos invasores de
terras indígenas, já disse que não quer que os fiscais continuem com a prática.
Na terça-feira (14), o diretor Olivaldi Azevedo foi demitido por Ricardo Salles. A exoneração foi
publicada no Diário da União.
De acordo com funcionários do Ibama ouvidos pelo UOL, Azevedo foi demitido por não
conseguir conter a fiscalização. A impressão deles é de que mais funcionários serão
exonerados nos próximos dias.
Em 2019, Jair Bolsonaro mandou que exonerassem o agente do Ibama que o tinha multado
em 2012 por pesca em local proibido. O responsável pela exoneração foi Olivaldi.
Durante a reportagem, um posseiro, que ocupa ilegalmente uma parte da terra indígena, diz
que a prática é encorajada pelo governo Bolsonaro. “Com aquela conversa que saiu do
governo federal, do ministro, [de] uma redução de 5% das áreas indígenas, a gente está com
essa esperança, essa expectativa, para que um dia aconteça isso e o governo legalize o pessoal
aqui dentro”.
A operação do Ibama também visava impedir o contato dos garimpeiros com os indígenas, o
que tem causado a transmissão do coronavírus para as comunidades. As contaminações por
Covid-19 entre os indígenas já estão acontecendo. Um deles, Alvanei Pereira, um jovem
ianomâmi de 15 anos, morreu na semana passada