Nádia Campeão. Foto: Murilo Nascimento

A secretária de Organização do PCdoB, Nádia Campeão, apresentou, nesta sexta-feira (17), durante o16º Congresso, o balanço da direção nacional do partido.

No plano político, o documento afirma que “a tática de frente ampla para isolar e derrotar Bolsonaro, apontada então como elemento decisivo, foi aplicada de modo proativo e contribuiu efetivamente para a vitória alcançada em 2022”. 

Além disso, destaca que “isolar a extrema-direita, coesionar o campo progressista, mobilizar o povo, atrair os setores possíveis do centro e do centro-direita e constituir a aliança mais ampla possível têm sido nossa orientação tática, assumida por todas as lideranças e frentes onde atua o Partido”.

Quanto ao plano institucional, o balanço destaca a “correta condução exercida quando da composição do novo governo do presidente Lula. Com clareza de objetivos e unidade na ação, o PCdoB – na pessoa da presidenta Luciana Santos – foi convidado a assumir o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), espaço e função estratégicos para o desenvolvimento nacional”. 

No que diz respeito à representação eleitoral, salienta que a aprovação da Federação Brasil da Esperança, “instituto inédito na cena partidária brasileira, por iniciativa e articulação do PCdoB, foi concretamente constituída em 2022, reunindo PT, PCdoB e PV, numa construção original e precursora”. 

O documento também ressalta que no plano da construção partidária, pode-se afirmar que a “direção nacional buscou aproveitar dois elementos favoráveis: a vitória alcançada com Lula em 2022, que retomou o protagonismo central das forças progressistas e populares, arejando o ambiente democrático de atuação; e a orientação bem fundamentada em torno do Revigoramento Partidário como movimento necessário ao reposicionamento do Partido e mobilização de quadros e militantes”. 

Ao mesmo tempo, lembra a “evolução positiva e consistente tem tido o processo de integração do PPL ao PCdoB”, iniciado no Congresso Extraordinário em 2019. 

O balanço também aborda a dimensão internacionalista do PCdoB, “em ações de solidariedade aos povos, de defesa da paz, no contexto da política de guerra do imperialismo, e no nosso trabalho continuado de intercâmbio e amizade com dezenas e dezenas de Partidos comunistas, revolucionários e progressistas do mundo, precisa ser ressaltado”.

Trata, ao mesmo tempo, da necessidade de “lutar contra concepções que rebaixam o papel do Partido, em afirmação renovada da identidade, do caráter revolucionário e da representação de classe; da elaboração e posicionamento avançados frente aos impasses que impedem o avanço das transformações estruturais no país; do novo equilíbrio para a acumulação de forças do Partido na luta de ideias e na luta social; reforçar a representação de trabalhadores e jovens; estar com o povo e lutar como povo; fortalecer a estruturação de base militante; alçar para novo patamar a compreensão e as ações nas finanças partidárias e elevar em todas as dimensões a luta pelo socialismo”.  

O documento prossegue apontando que “o reconhecimento dos aspectos positivos da atuação do Partido liderados pela Direção Nacional, lastreados em elementos objetivos e calcados na dedicação e compromisso de dirigentes e militantes, não implica em desconhecimento das insuficiências e lacunas ou relativização daquilo que poderia ou deveria ter sido realizado”. 

Nesse sentido, o balanço se dedica ainda, em boa medida, a aspectos do funcionamento das instâncias diretivas que precisam ser ajustados. “Como experiência ainda em maturação, cabe ao próximo Comitê Central uma avaliação mais rigorosa , bem como proposições que possam aperfeiçoar o sistema nacional de direção”, conclui.