Diplomatas vão na contramão de Ernesto Araújo, chanceler de Bolsonaro

A Associação e Sindicato dos Diplomatas Brasileiros (ADB) divulgou uma nota criticando a invasão do Capitólio por apoiadores de Donald Trump, ao contrário do que fez o ministro das Relações Exteriores do governo Bolsonaro, Ernesto Araújo, que sugeriu que isso foi obra de infiltrados.

Para a ADB, “o recurso à violência deve ser liminarmente repudiado, quaisquer que sejam seus autores”.

“Nas democracias, divergências e insatisfações, sobretudo de natureza política, são inerentes à vida em sociedade e devem ser encaminhadas pacificamente pelas vias institucionais democraticamente criadas para esse fim”, aponta a nota.

A posição dos diplomatas é distante da defendida por Ernesto Araújo e demostra uma ampla insatisfação dentro do Itamaraty com a posição do ministro.

Para o ministro bolsonarista, os invasores eram “cidadãos de bem” que estavam exercendo o direito de se manifestar e não podem ser chamados de “fascistas”.

Os invasores carregavam bandeiras confederadas, símbolo escravocrata, e roupas com símbolos fascistas. Um homem usava um casaco escrito “Camp Auschwitz” sobre o desenho de uma caveira.

“Há que reconhecer que grande parte do povo americano se sente agredida e traída por sua classe política e desconfia do processo eleitoral”, publicou em suas redes sociais.

“Nada justifica uma invasão como a ocorrida ontem. Mas ao mesmo tempo nada justifica, numa democracia, o desrespeito ao povo por parte das instituições ou daqueles que as controlam”, continuou Araújo.