O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), informou nestas segunda-feira (9), por meio de suas redes sociais, ter determinado a revisão de todo o planejamento de 2020 para o estado.

“Em face da gravidade do quadro econômico nacional, com consequências ainda imprevisíveis, determinei à equipe de Governo revisão de todo o planejamento de 2020. Precisamos de prudência em um momento de grandes incertezas”, postou no Twitter.

O governador lembrou que o Maranhão tem dívidas indexadas em dólar adquiridas anteriormente a seu governo, o que agrava o problema do caixa estadual diante da crise.

“Com esse descontrole cambial que estamos assistindo, o valor das parcelas que pagamos passa a ter um peso ainda mais terrível sobre as finanças públicas”, comentou.

Dino lamentou as dificuldades de governar um Estado com tantos desafios históricos. Mas, buscou ser positivo: “sem desanimar, seguirei fazendo o possível para manter serviços públicos e direitos”, afirmou.

Análise e ação

Além das medidas que está tomando para defender a população do estado frente a crise econômica, Dino reafirmou a urgência de o governo federal agir para evitar o aprofundamento da crise econômica que se desenha com o pânico nos mercados globais.

No Brasil, o humor dos investidores, já abalado devido ao surto de coronavírus e às incertezas do cenário doméstico, piorou nesta segunda-feira (9) devido à decisão da Arábia Saudita de aumentar sua produção de petróleo e começar a oferecer descontos em alguns mercados. As ações da Petrobras caíram mais de 25%.

Flávio Dino afirmou que diante da gravidade do quadro, não basta esperar a aprovação de reformas pelo Congresso Nacional.

“Não há dúvida de que a reforma tributária e outras reformas são necessárias. Mas o dólar está chegando em R$ 5, a economia não cresce e o desemprego é gigante. Ações são urgentes. Não basta ficar esperando ‘reformas’”, tuitou.

O governador ainda criticou Jair Bolsonaro por fomentar a instabilidade política. No sábado (7), o presidente da República voltou a convocar a população para as manifestações anti-Congresso.

“Por que, em um quadro de crise gravíssima, há quem aposte em mais confusão institucional? É golpismo ou é manobra para esconder incompetência? Ou as duas coisas? O Brasil precisa de paz, respeito à Constituição e ações governamentais efetivas”, defendeu.