Dino questiona patriotismo de Bolsonaro e repudia ato antidemocrático
O governador Flávio Dino (PCdoB-MA) usou suas redes sociais nesta segunda-feira (4) para questionar o posicionamento do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Apesar de declarar-se patriota, Bolsonaro foi fotografado apoiando atos antidemocráticos e com bandeiras dos Estados Unidos e de Israel neste domingo (3), na rampa do Palácio do Planalto.
“Brasil acima de todos? Bandeira dos Estados Unidos empunhada na rampa do Palácio do Planalto?”, escreveu Flávio Dino.
“Quer ditadura”
Pouco depois da aparição de Bolsonaro apoiando manifestantes contrários ao regime democrático e ao isolamento social necessário para diminuir a contaminação e as mortes pelo novo coronavírus, Dino já havia usado as redes para criticá-lo e cobrar ações pela democracia.
“Bolsonaro diz que quer um governo “sem interferências”, ou seja, uma ditadura. É da essência da tripartição funcional do Estado que os Poderes interfiram uns nos outros. Na verdade, Bolsonaro está com medo da delação de Moro e de ser obrigado a mostrar o exame do coronavírus”, escreveu o governador neste domingo (3).
Dino também se manifestou contra a agressão a jornalistas e fotógrafos que cobriam o ato para o jornal O Estado de S. Paulo.
“Não são “apoiadores”. Crescentemente adotam comportamento de milícias, que pela força física tentam impor suas ideias. Há meses promovem agressões impunemente. Jornalistas, Sergio Moro, Alexandre de Moraes são apenas as vítimas mais recentes”, destacou.
O governador do Maranhão lembrou que “as Forças Armadas devem obediência ao Supremo, e não o contrário. O poder militar é subordinado aos Três Poderes. Aliás, qualquer deles pode determinar a garantia da lei e da ordem em face de ações desses grupelhos de agressores. Está no artigo 142 da Constituição Federal”.
Os esclarecimentos sobre as Forças Armadas se devem a declarações do presidente na mesma manifestação. Bolsonaro afirmou ter apoio das Forças Armadas e que “chegou no limite”. Em clara ameaça as instituições, ele disse que “daqui para frente não tem mais conversa” e que a Constituição “será cumprida a qualquer preço”.
Conforme apurou a jornalista Andrea Sadi, do G1, A cúpula das três Forças Armadas teria se irritado com a fala de Bolsonaro e os Generais que compõe seu governo não teriam endossado críticas ao STF e ao ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Sergio Moro.