Dino: Papel da democracia é combater atitudes agressivas e despóticas
“Nós precisamos, portanto, afirmar as virtudes e a potência da democracia. O ano de 2020 está sendo um dos anos mais complicados na vida institucional do nosso país. Porém, de toda forma, conseguimos evitar um golpe militar no país”, assegurou o governador ao afirmar que não foi por falta de vontade do presidente da República.
Ao lado do governador Flávio Dino, participaram a jornalista Patrícia Campos Mello da Folha de São Paulo e Gaspard Estrada, diretor executivo do Observatório Político da América Latina e Caribe da Sciences (OPALC). O encontro foi promovido pela comunidade brasileira da universidade francesa Sciences Po.
Flávio Dino afirmou que não houve condições políticas para ruptura da ordem democrática, mesmo em relação à pandemia do coronavírus, em razão da força da democracia com a ação do Supremo que protegeu e defendeu a federação, com um jogo institucional que permitiu que houvesse um mínimo de condições para combater a pandemia nos estados e municípios brasileiros.
O governador dialogou sobre a força da democracia, mas também elencou alguns principais desafios, como o combate: às fake news; à desigualdade na proteção institucional; à desigualdade no acesso à justiça; às desigualdades sociais e a temática da tripartição funcional do estado.
“Se fosse necessário fazer uma agenda sobre o que nós teríamos que percorrer nos debates e ações para proteger a democracia eu colocaria esses itens: fake news, violência, corrupção, desigualdades, tripartição, desigualdades sociais. Acho que são esses fatores que solapam a vitória desse conceito de democracia entre nós”, disse.
“Se fizéssemos um balanço do terrível ano de 2020, creio que, apesar das inúmeras dificuldades, a democracia teve vitória, sofrida, é verdade. Mas uma vitória sobre o despotismo pouco esclarecido que é perpetrado no atual momento político do Brasil”, finalizou o governador.