Dino defende frente ampla, atos e ação do Judiciário por democracia
O governador Flávio Dino (PCdoB) afirmou, em transmissão ao vivo pela internet realizada nesta quarta-feira (26), que a defesa da democracia deve se estruturar em três pontos: a construção de uma frente ampla, a participação em atos sociais e medidas tomadas pelo sistema de Justiça. A “live”, direto do Palácio dos Leões, sede do governo em São Luís, foi organizada com o deputado federal Wadih Damous (PT), também advogado e ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro. O tema foi “A defesa do Estado de Direito” e trataram dos desafios da Esquerda e dos democratas no Brasil diante do bolsonarismo.
A conversa fez parte das reações da Oposição e de diversos setores da sociedade contra apoio de Bolsonaro à manifestação anti-Congresso e o anti-Judiciário. Dino e Damous, bem como outras personalidades da política e do Judiciário, alertaram que, mais uma vez, Bolsonaro comete crime de responsabilidade ao buscar coagir autoridades dos outros Poderes.
Na “live” o governador explicou que ninguém é contra a críticas ao Congresso ou ao Poder Judiciário. “Eles podem e devem ser criticados, mas o questionamento deve ser público e respeitoso, ponderado e dentro das regras do jogo”, disse.
“Minha impressão é que as críticas não se dão pelos defeitos, mas pelas virtudes do Congresso e do Supremo: exatamente pela noção de limites. Quem exerce o poder, o faz até certo limite. Um poder sem limites se torna abusivo, perigoso”, destacou Dino, explicando que, em sua interpretação, a instabilidade é causada por setores políticos que não vem sendo capazes de responder às necessidades da população.
“Há de fato dificuldade de entregar o que prometeram: ele [Bolsonaro] não sabe o que fazer com a economia para que cresça e gere empregos, não tem uma proposta de reforma tributária. Eles falaram esses dias de impostos e não apresentam proposta, ou seja, não tem rumo. Então, precisam gerar esse cenário de instabilidade para esconder seus próprios problemas, inclusive com a Justiça, com investigações, etc.”, afirmou. Enumerou ainda a alta do dólar como problema agravado pelo ambiente de crise, com reflexos diretos na vida da população: encarece o trigo e o pão, bem como o gás e a gasolina, cujos preços foram dolarizados por Temer, política na Petrobras não modificada por Bolsonaro.
Frente ampla
“Precisamos aproveitar o conceito da frente ampla para agir. O que fazer? Uma das coisas é ter amplitude com todos que defendam a normalidade democrática no Brasil e o direito dos mais pobres”, defendeu.
Como “militante da democracia e dos direitos da população”, Dino convocou a população para que se mobilize, inclusive aproveitando os diversos eventos do mês de março, começando no dia 8, Dia Internacional da Mulher, quando tradicionalmente há manifestações de rua em todo o país.
Jurista e ex-juiz, Dino ainda questionou o poder Judiciário, que tem entre suas obrigações a defesa das leis e da Constituição. E pontuou que é grave e ilegal que se inste as Forças Armadas contra os Poderes da República – como parece ser o caso, considerando-se a denúncia de empresários que estariam combinando financiar uma campanha antidemocrática pela internet.
“Podem ter certeza de que como governador, assim como tantos outros governadores, não permitiremos outra aventura antidemocrática no Brasil porque o preço é muito alto: vidas humanas, danos irreparáveis ao Brasil. E não é meia duzia de pessoas que estão com dificuldades pessoais que vão fazer o país andar para trás. Precisamos de paz, tranquilidade e democracia”, concluiu.
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