Dezenas de ex-chefes militares norte-americanos declaram apoio a Biden
Trump coleciona novo revés, agora na reta final das eleições presidenciais dos EUA: mais de 50 ex-autoridades norte-americanas de Segurança Nacional declararam apoio ao candidato democrata Joe Biden, dia 1º de outubro.
Estas dezenas de oficiais unem-se, assim, a diversas outras organizações republicanas que se opõem à reeleição do presidente, como informa a agência Reuters.
Com esta iniciativa, o número de indivíduos d setor que romperam publicamente com o presidente republicano, incluindo sete que trabalharam em seu governo, subiu para quase 130. Vários deles ocuparam cargos na defesa e na segurança nos governos republicanos anteriores, como os dos presidentes republicanos Ronald Reagan, George H.W. Bush e George W. Bush.
Entre as 56 pessoas que declararam apoio a Biden estão Greg Brower, ex-diretor-assistente do FBI; Larry Pfeiffer, ex-chefe de gabinete da CIA, e Alden Munson, ex-vice-diretor de Inteligência Nacional.
O grupo publicará um anúncio de jornal de página inteira em sete Estados-chave que devem interferir na eleição de 3 de novembro: Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Flórida, Arizona, Carolina do Norte e Texas.
O anúncio acusa Trump de não ter condições para ser presidente e de ter falhado em sua reação à pandemia do novo coronavírus, que já matou mais de 207.330 mil pessoas nos EUA, registrou mais de 7.250.000 casos – segundo dados divulgados pela Universidade Johns Hopkins, na quinta-feira – além de ter desencadeado uma retração econômica grave.
Em meio ao aumento dos casos de COVID-19, a economia dos EUA contraiu a uma taxa de 7,85% no segundo trimestre, informou o Departamento de Comércio dos EUA em sua terceira e última estimativa divulgada na quarta-feira (30).
O grupo também exibirá um anúncio durante o programa Fox & Friends. Nele, Michael Leiter, ex-diretor do Centro Nacional de Contraterrorismo, acusa Trump de tornar os EUA menos seguros por causa de seu desprezo pelos fatos, por suas críticas a autoridades de inteligência do país e por sua reiterada humilhação de aliados de Washington.
Elizabeth Neumann, ex-secretária-assistente para a prevenção de ameaças do Departamento de Segurança Interna do governo Trump que, em agosto, já tinha se unido ao grupo de ex-autoridades de Segurança Nacional que endossou Biden, disse que a recusa de Trump de repudiar inequivocamente os supremacistas brancos durante o debate presidencial de terça-feira (29) reforçou a crença de seus membros de que ele precisa ser derrotado em novembro.
A campanha de Trump descreveu grupos pró-Biden liderados por republicanos como sendo ex-autoridades ressentidas “tentando derrubar o presidente dos Estados Unidos devidamente eleito”. No ano passado, Trump se referiu aos “Republicanos Trump Jamais” no Twitter como “escória humana”.
No dia 24 de agosto, quase 500 chefes militares retirados, ex-funcionários do governo e embaixadores já haviam se afastado da campanha de Trump, declarando que o atual presidente “fracassou na gestão de “grandes e pequenos desafios”.
“Embora alguns de nós podemos ter opiniões diferentes sobre assuntos políticos particulares, confiamos em que as posições de Biden estão arraigadas em julgamentos sólidos, uma compreensão integral e valores fundamentais”, afirmaram os assinantes dessa mensagem.