Gerry Thomas, negro, agora com 62 anos, foi liberado na segunda-feira, dia 13, depois de passar 30 anos na prisão sob acusação de ter estuprado uma mulher em 1987.
Ele foi condenado e sentenciado apesar de não haver sido encontrada nenhuma evidência que o ligasse ao crime.
A condenação de Thomas, que todo o tempo se declarou inocente, veio com base em apenas um testemunho apresentado dois anos depois da agressão.
“Estou grato e muito feliz de estar indo encontrar minha família”, disse a jornalistas ao ser liberado.
A liberação só aconteceu graças a uma investigação exigida pela organização Innocence Project e que foi acatada pelo promotor da região de Detroit.
Segundo relata o jornalista Dan Conway no portal WSWS, uma mulher de Detroit estava sentada no seu carro esperando pelo filho que entrara em uma loja de conveniências, quando um homem com uma faca a obrigou a sair com o carro. O agressor estuprou a mulher que, depois disso, conseguiu escapar e o agressor saiu da cena dirigindo o carro da mulher.
Três semanas após o crime, a polícia encontrou o carro roubado e deteve o motorista e o passageiro, mas nenhum dos dois era o agressor, segundo o testemunho da vítima.
O motorista disse que o carro estava com seu irmão que o autorizara a dirigi-lo. Apesar da vítima ter identificado algumas semelhanças com o criminoso que a agredira, a investigação não foi adiante.
Dois anos depois a mulher disse à polícia que havia visto o assaltante saindo de uma loja próxima do local onde fora atacada. O apontado pela mulher era Gerry Thomas que foi pego perto dali comendo numa hamburgueria.
Thomas foi preso e indiciado. A polícia não conduziu nenhuma investigação. Ele foi condenado em 1991, depois de passar 2 anos preso, de “conduta sexual criminosa, roubo com intenção de matar e sentenciado a 75 anos de prisão.
Segundo informa a organização que conseguiu a liberação de Gerry Thomas, Innocence Poject, ele passou a última noite na prisão conversando com outros presos em sua cela, distribuindo comida que recebera dos parentes e dizendo aos demais: “Aguentem firme que a ajuda está chegando”.
Thomas declarou que vai retomar seus trabalhos como artesão. Ele não abandonou a atividade nos anos em que esteve preso e declarou que o artesanato o ajudou a manter a sanidade mental durante os anos na prisão em que sentia “o peso de uma casa em minhas costas”.