O desmonte das estatais federais implementado de 2015 a março de 2021 acarretou um corte de 111 mil empregados nas cinco principais empresas públicas do país, conforme dados do Panorama das Estatais, do Ministério da Economia.

Esse número representa 26,96% dos funcionários demitidos. De 2013 até março deste ano, a quantidade de empregados do Banco do Brasil, Petrobrás, Eletrobrás, Correios e Caixa Econômica Federal caiu de 501.367 para 366.163.

Os cortes, que representam mais de um quarto dos funcionários, aconteceram justamente nessas empresas que são consideradas não dependentes da União, não apenas por possuírem geração própria de receita para pagar suas despesas, mas serem lucrativas.

Os maiores cortes de empregos aconteceram na Eletrobrás (-45,8%) – a maior empresa de energia elétrica da América Latina e justamente a estatal que está prestes a ser privatizada pelo governo Bolsonaro -, e na Petrobrás (-42%).

O enxugamento dessas estatais atende à estratégia privatista do governo de adaptar “o quadro funcional à realidade do mercado”, como afirmou em várias ocasiões o ministro da Economia Paulo Guedes, reduzir despesas com pessoal, mesmo sendo as empresas lucrativas, e torná-las mais “atraentes” para serem adquiridas pelo capital privado.