Desgoverno Temer ameaça Brasil
Quinze meses após tomar o poder por via de golpe, Michel Temer apresenta uma gestão desastrosa, que a cada dia penaliza mais o presente e o futuro dos brasileiros. A crise política e econômica se aprofundam, o desemprego cresce e a inflação galopa.
Por Alice Portugal*
Longe de acabar com a recessão, o governo dobrou as alíquotas de PIS e Cofins da gasolina e elevou em 86% a do diesel nesta semana. Muitos postos já reajustaram os preços que chegaram até a R$ 0,41 a mais por litro de gasolina. Mais uma vez, a conta será jogada no colo do trabalhador. A medida impacta negativamente a economia como um todo. Gera um efeito cascata, como o aumento do custo dos alimentos nos supermercados e das tarifas de ônibus. Asfixia ainda mais a atividade econômica em um momento de paralisia.
A incapacidade de gestão gera uma sucessão de decisões equivocadas. O presidente ilegítimo congelou também quase R$ 6 bilhões em despesas, intensificando o arrocho e pondo em risco a continuidade de serviços públicos no próximo mês. Não é à toa que o golpista tenha apenas 7% de aprovação, a pior marca desde o governo José Sarney em 1989, conforme o Instituto Datafolha.
Outro exemplo dos prejuízos trazidos pelo desgoverno Temer é a suspensão da emissão de passaportes pela Polícia Federal. Estamos em julho, mas muitos cidadãos não conseguirão viajar em férias, porque o Executivo não repassou recursos à PF. Até o momento, a situação não foi normalizada.
O mais grave é que não falta dinheiro para compra de parlamentares no Congresso. Na tentativa de barrar o avanço da denúncia criminal do Ministério Público por corrupção passiva, o presidente liberou R$ 1 bilhão para projetos patrocinados por deputados aliados nas suas bases eleitorais. É um escárnio com a população.
A saída de Temer da Presidência da República é urgente para evitarmos o desmonte veloz do Brasil assegurado pela Constituição Cidadã de 1988. Resistimos muito no Parlamento para tentar impedir a sanção da terceirização e da Reforma Trabalhista, que defenestram a dignidade dos trabalhadores urbanos e rurais. A luta segue árdua. No segundo semestre, a base governista tentará atropelar a Oposição para a aprovar as reformas política e da Previdência.
É hora de reforçarmos nossas mobilizações e pressionarmos deputados nas redes e nas ruas em todo o país. O aumento da gasolina será como um barril de pólvora no povo. As manifestações populares serão decisivas para aprovarmos, no Plenário da Câmara, o andamento do processo contra o presidente em 2 de agosto. O afastamento dele resolve a crise e preserva o Brasil. Temos de resgatar a normalidade democrática e garantir eleições diretas. #ForaTemer. #DiretasJá.
**Deputada federal pela Bahia e líder do PCdoB na Câmara.