“Desemprego no Brasil é dramático e não indícios de melhora”, diz Iedi
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) se debruçou sobre os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Iedi) para concluir que o quadro de desemprego no país é “dramático”.
A pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que serve como indicador oficial dos níveis de desocupação no país, voltou a apresentar números recordes de desemprego: no primeiro trimestre deste ano, observou que 14,8 milhões de brasileiros estavam sem ocupação.
“Ao que tudo indica, pela evolução recente, que estamos caminhando para a marca dos 15 milhões”, diz o Iedi.
“Não é demais lembrar que esta taxa vem apresentando dois dígitos há muito tempo, desde a entrada de 2016. Ou seja, são 5 anos que o Brasil testemunha um quadro dramático no emprego e o pior é que não há indicativos claros de sua melhora no futuro próximo. Quanto mais tempo um indivíduo fica fora do mercado de trabalho, mais difícil é seu retorno”.
A taxa de desocupação, que considera apenas os desempregados que procuraram trabalho no período antecedente à pesquisa, teve a seguinte evolução no último período, que coincide com o recrudescimento da pandemia de Covid-19 no Brasil: 13,9% no 4º trimestre de 2020, para 14,7% no 1º trimestre de 2021 – quando bateu seu novo recorde histórico.
Avaliando o desemprego por setor, o Iedi afirma que “poucas são as atividades econômicas que vêm conseguindo atenuar esta situação. Em geral, compreendem setores menos atingidos pela pandemia e pelas necessárias medidas de restrição de mobilidade”.
A variação da ocupação total foi de queda de -7,1% no primeiro trimestre de 2021 sobre o trimestre anterior. A indústria (-7,7), comércio (-9,4%) e alojamento e alimentação (-26,1%) tiveram quedas na ocupação bastante acima da ocupação total. O único setor que conseguiu subir seus níveis de ocupação no período foi o da agropecuária, +4%.
“O emprego em todas as demais atividades permanece em declínio acentuado. Entretanto, em algumas delas, o ritmo de queda atenuou-se, a exemplo da indústria. A ocupação industrial, depois de passar três trimestres seguidos com perdas de dois dígitos, registrou -7,7% no 1º trim/21, o que, devemos reconhecer, ainda é um nível elevado”, complementa o Iedi.
“Para não perder de vista os efeitos acumulados das crises industriais recentes, isto é, não apenas o impacto negativo da pandemia, mas também as graves perdas do período 2015-2016, cabe observar que o emprego na indústria está 15,5% abaixo daquele do 1º trim/14. Isto é, uma defasagem quase três vezes maior do que o total da ocupação do país (-5,7%)”.