Desemprego e carestia são as principais preocupações dos brasileiros
Estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) trouxe à tona que o desemprego, o baixo valor do salário mínimo, o combate à miséria e à fome, entre outros fatores de ordem econômica e social que passaram a estar entre as maiores preocupações dos brasileiros.
Entre os principais problemas apontados pelos entrevistados na pesquisa Brasileiros e Pós-Pandemia da CNI, divulgada na quinta-feira (3), estão o desemprego (41%) e o custo de vida (40%).
Entre as cinco prioridades apontadas na pesquisa que devem ser enfrentadas pelo governo este ano, destacam-se o combate à pobreza (45%), o aumento do salário mínimo (31%), o controle da inflação/preço (28%), a geração de empregos (21%) e o combate à corrupção (23%).
Segundo a CNI, “a economia é o tema que mais tira o sono da população atualmente”. “A preocupação com o custo de vida e a perda do poder de compra tomou o lugar de prioridades mais tradicionais como saúde, educação e segurança”.
Apenas um quinto dos brasileiros considerou a educação prioridade, 18% elegeram o combate à pandemia e 12%, os serviços de saúde. O tema segurança e combate à criminalidade receberam a menção de apenas 5% da população.
De acordo com o gerente-executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, “nesse ano, prioridades ligadas à economia ocupam seis das primeiras dez citações. Ocorre que o brasileiro comum percebe que a economia está andando de lado. Ele sente os efeitos da inflação no supermercado e nas contas de energia e transporte”.
Segundo o economista, “o número de pessoas trabalhando está aumentando, mas em ritmo insuficiente para atender a quantidade de pessoas procurando trabalho, o que dá a sensação de que o desemprego não recua. Além disso, a previsão de crescimento do PIB para este ano está aquém das necessidades do país”.
Conforme dados do IBGE, a taxa de desocupação caiu mas cresceu o trabalho precário no ano passado, com cerca de 39 milhões de trabalhadores na informalidade e a renda despencou, o menor rendimento médio da década.
Conforme esclarece Telles, em pesquisas semelhantes de anos anteriores, a melhoria dos serviços de saúde ocupou o primeiro lugar entre 2014 e 2018. Em 2019, a saúde apareceu em segundo lugar. Em 2020, a educação ocupou o topo do ranking, mas a saúde estava entre os quatro primeiros. Em 2021, emprego e saúde foram os mais assinalados. Ao que parece a maior crise econômica que o país já viveu entrou no radar, com força, da percepção da população em geral.
A falta de emprego é o maior problema para a população com renda abaixo de cinco salários-mínimos, diante de uma realidade em que quase 90% dos brasileiros têm renda inferior a cinco salários mínimos e, aproximadamente, 70% ganham até dois salários mínimos.