O Brasil encerrou o mês de novembro com 14 milhões de pessoas desempregadas, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Frente a isto, a taxa de desemprego bateu novo recorde em novembro, ficando em 14,2%, ante 14,1% registrado em outubro (13,8 milhões).

Em sete meses de pandemia, 4 milhões de pessoas engrossaram a fila do desemprego. Em maio, o IBGE registrou 10 milhões de desempregados, quando teve início a série da pesquisa PNAD Covid-19.

A população ocupada subiu para 84,7 milhões, aumento de 0,6% em relação a outubro. No entanto, o nível de ocupação segue bem baixo (49,6%), o que significa que menos da metade da população em idade para trabalhar estava ocupada.

O número de pessoas fora da força de trabalho chegou a 72 milhões em novembro, recuando 0,9% frente a outubro e 4,4% em relação a maio.

A taxa de informalidade ficou em 34,5%, a mesma do mês anterior, o que corresponde a 29,2 milhões de pessoas, equivale a 34,5% do total de ocupados no país.

O relaxamento das medidas de restrição das atividades econômicas e a redução do auxílio emergencial estão entre os fatores que levaram a taxa de desocupação renovar recordes sucessivos no país nos últimos meses. A partir de setembro, a renda emergencial de R$ 600 aprovada pelo Congresso Nacional, que poderia ser estendida até dezembro, durante o estado de calamidade pública, foi reduzida para R$ 300 pelo governo Bolsonaro.

Além disso, as medidas emergenciais de ajuda às micro, pequenas e médias empresas não foram suficientes para impedir o fechamento de empresas e demissões de funcionários. Bolsonaro e Guedes preferem negar a tragédia do desemprego e o avanço da pandemia da Covid-19.

Com isso, a taxa de desemprego deve bater mais recordes nos próximos meses. Com a decisão do governo Bolsonaro de acabar com o auxílio emergencial a partir de 1° de janeiro, 59 milhões de brasileiros que recebem o auxílio emergencial terão sua renda reduzida ou ficarão sem nenhuma renda no próximo ano, já que governo não vai colocar nada no lugar que possa ajudar este contingente de brasileiros atravessarem o próximo período, em que a pandemia de Covid-19 continuará interferindo na economia brasileira.