Deputados do PCdoB reagiram à possível fraude no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, apresentado pelo governo Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Após apresentação do documento, um grupo de pesquisadores citados como colaboradores do plano do governo Bolsonaro disse não ter tido acesso ao documento encaminhado à Corte. Em nota assinada por 36 pessoas, o grupo técnico do “Eixo Epidemiológico do Plano Operacional Vacinação Covid-19” se disse surpreendido com o documento e afirma que o texto “não lhe foi apresentado” nem teve sua anuência, além de questionar as prioridades estabelecidas pelo plano.

Para a líder do PCdoB, deputada Perpétua Almeida (AC), o governo comete crime de responsabilidade. “O Ministério da Saúde, comandado por Pazuello, entrou com documento falso no STF. Colocou o nome de especialistas no plano de vacinação contra a Covid, sem que tenha sido assinado por eles, que já negaram ter conhecimento do plano. Falsidade ideológica e crime de responsabilidade. Vivemos um dos momentos mais cruciais de sobrevivência da nação brasileira. Chega de irresponsabilidades com a saúde do povo! O “Braço Forte, Mão Amiga”, não pode agora fechar os olhos para o precipício em que Bolsonaro joga a nação. Pazuello, que ficou conhecido no Exército, “por fazer acontecer”, com “expertise em Logística Operacional”, traz hoje desgastes irreparáveis às Forças Armadas por estar a serviço do obscurantismo, jogando contra a ciência e obedecendo ordens de um presidente sabotador da imunização”, pontuou a parlamentar.

O vice-líder da legenda, deputado Márcio Jerry (MA), endossa a crítica. “Um governo que frauda assinaturas de cientistas no plano de vacinação, talvez o documento mais importante do século. É mais um crime de responsabilidade de Jair Bolsonaro e seu desgoverno trágico, campeão de indecências, de estupidez e irresponsabilidade com a saúde do povo”, disse.

A deputada Alice Portugal (BA) destacou que o caso reflete a “imagem do descaso e da incompetência”. “O Brasil já ultrapassou a marca de 180 mil mortes pela Covid-19 e o presidente falsificando assinaturas de pesquisadores no plano de vacinação. Governo criminoso!”

Jandira Feghali (RJ) também questionou a postura do governo. “Como o governo pode divulgar um suposto plano de vacinação envolvendo o nome de pesquisadores sem que eles tenham autorizado tal plano? Amadorismo de novo?”

Já o deputado Orlando Silva (SP) destacou que a fraude no plano de vacinação “é a soma de todas as incompetências [do governo Bolsonaro], salpicada com doses cavalares de mau-caratismo”.

 

Da redação

 

(PL)