O deputado bolsonarista Frederico D’Ávila (PSL-SP) organizou um evento na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) como “Ato Solene em Memória do Presidente Augusto P. Ugarte”, escondendo que o “P” queria dizer “Pinochet”, na expectativa de que ninguém notasse que a referida homenagem era à memória do ditador que presidiu o Chile e matou mais de 3 mil, torturou 38 mil e levou 100 mil cidadãos chilenos ao exílio. Assim, o ato fora marcado para o dia 10 de dezembro de 2019.

O presidente do Cidadania de São Paulo, deputado Arnaldo Jardim, denunciou o evento por meio de nota de repúdio: “Estou estarrecido”, afirmou, acrescentando que Pinochet “foi um sanguinário e torturou. Não merece ser comemorado de forma nenhuma. Não combina com a tradição democrática da Assembleia de São Paulo. Não combina com os valores do povo paulista. Não é modelo, não é referência. Quem é contra a democracia não deve ser homenageado. Esta homenagem é simplesmente uma vendeta política, uma tentativa de aparecer, que nada traz a São Paulo, nada traz à democracia.”

Cauê Macris (PSDB), presidente da Alesp decidiu, na quarta-feira (20), cancelar a realização do ato. O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) elogiou a medida nas redes sociais e ressaltou que não se pode tolerar a comemoração das ditaduras:

Bolsonaristas contra a República