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Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a despejar seu ódio contra o Nordeste nesta terça-feira (27) ao afirmar, diante de apoiadores, que “é preciso tirar o PCdoB do governo do Maranhão”. Em resposta ao mandatário, o vice-líder da sigla na Câmara, o deputado Márcio Jerry (MA), reforçou a pequenez do mandatário, que dá sinais claros de alcançar a reeleição, enquanto a crise econômica, social e sanitária segue fazendo vítimas no Brasil.

“Bolsonaro é mesmo um personagem miúdo da política brasileira. Não há na história do Brasil nenhum que tenha ocupado a Presidência da República tão desqualificado quanto ele. Na ‘preparação’ à vinda ao Maranhão agride o povo maranhense de forma acintosa”, destacou o deputado.

Para a vice-líder da Minoria, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), Bolsonaro sobrevive de “contendas e perseguições”. “Esse desqualificado, que ocupa o Palácio do Planalto, sobrevive de contendas e perseguições. Deve morrer de inveja de um governador com conteúdo político, polimento pessoal e capacidade de convivência com os diferentes”, afirmou.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) também comentou o episódio. Para ele, Bolsonaro teme o preparo de Dino. “Sendo incapaz, Bolsonaro teme a estatura política e o preparo de Flávio Dino. Quer punir o povo maranhense por ter o melhor governador do Brasil. Só dois motivos inspiram Bolsonaro na Presidência: a inveja e a necessidade de salvar os filhos da cadeia”, pontuou.

De olho nas eleições de 2022 e na tentativa de reverter a baixa popularidade na região, na fala desta terça, o chefe de Estado apelou para o caricato “fantasma do comunismo” para justificar o ataque. “Tem que tirar de lá, cara, pelo amor de Deus. Só aqui no Brasil mesmo, comunista falando que é democrático. Eu estou fazendo pesquisa aqui”, disse diante de eleitores.

Em uma prévia do clima que marcará a visita ao estado – prevista para ocorrer entre os dias 29 e 30 deste mês –, na semana passada, Bolsonaro já havia divulgado uma fake news que lhe rendeu uma denúncia no Supremo Tribunal Federal (STF).  À rádio Jovem Pan, o ex-capitão afirmou que tinha viagem prevista para participar de evento evangélico na cidade de Balsas, no interior do estado, mas como o governo do Maranhão havia lhe negado efetivo da Polícia Militar para fazer esquema de segurança, teve de desistir do encontro.

Na última quinta (22), o governador do estado, Flávio Dino (PCdoB), acionou a Corte para denunciar a calúnia. No documento enviado ao Supremo, Dino disse que não recebeu qualquer solicitação para a segurança presidencial.

Ele também exigiu que Bolsonaro apresentasse provas da suposta recusa de colocar a polícia à disposição de sua segurança no município maranhense.

Histórico de agressões

Esta não é a primeira vez que ataca diretamente o governador maranhense, que vem despontando como um dos nomes mais importantes do campo progressista. Em julho de 2019, em uma das primeiras ofensivas contra Dino, Bolsonaro disse ao então ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni: “Daqueles governadores da ‘paraíba’, o pior é o do Maranhão. Tem que ter nada com esse cara”. O áudio vazou durante uma transmissão online.

Sem citá-lo nominalmente, em fevereiro de 2020, durante inauguração da pedra fundamental do Colégio Militar de São Paulo, no campo de Marte, o presidente criticou governadores do Nordeste e afirmou que a educação na região forma militantes e desinforma.

Dois meses depois, em maio, durante o agravamento da pandemia do coronavírus, Bolsonaro também criticou medidas tomadas diminuir a circulação de pessoas, chamando-os de “exterminadores de emprego”.

Poucos dias após o episódio, ele voltou a repetir agressões a Flávio Dino. Depois de zombar das milhares de famílias que perderam familiares para o coronavírus ao passear de jet ski em Brasília e ignorar o recorde de mortes causados pela Covid-19, o presidente postou um vídeo que mostrava um policial em São Luís (MA) orientando as pessoas sobre a restrição de circulação que foi imposta com o lockdown na capital maranhense, comparando o estado com a Venezuela.

*Ascom deputado Márcio Jerry

 

Por Nathália Bignon

 

 

(PL)