Parlamentares do PCdoB criticaram nesta quarta-feira (25) a omissão do governo Bolsonaro em garantir segurança aos profissionais de imprensa que fazem a cobertura presidencial. Após novos ataques de apoiadores de Bolsonaro, os grupos Folha, O Globo e Bandeirantes, além do site Metrópoles e do jornal Correio Braziliense, entre outros, anunciaram a suspensão da cobertura do Palácio do Alvorada enquanto a segurança dos trabalhadores não for garantida.

Seguindo as agressões do próprio presidente que, por exemplo já mandou jornalista “calar a boca”, os apoiadores não têm economizado nos xingamentos. Na cobertura de manifestações já foram registradas agressões físicas a jornalistas.

Para a líder da legenda, deputada Perpétua Almeida (AC), é inadmissível que jornalistas não tenham assegurado o livre exercício da profissão. “Não existe democracia sem liberdade de imprensa. Liberdade de imprensa não se discute, se defende”, afirmou a parlamentar.

Jornalista de formação, o deputado Márcio Jerry (MA) afirmou que “quando a imprensa não pode fazer a cobertura de um palácio de governo por receio de agressões é porque a democracia está ultrajada, agredida”. E conclamou que todos os jornalistas que defendem a democracia se juntem a esses profissionais na defesa da liberdade de imprensa.

A deputada Jandira Feghali (RJ) também saiu em defesa dos profissionais e cobrou punição aos agressores. “Os ataques à liberdade de imprensa não podem ser tolerados ou banalizados. Que os agressores sejam punidos, sempre”, defendeu.

Já o deputado Orlando Silva (SP) afirmou que a omissão do governo é criminosa. “Bolsonaro alimenta esses bandidos. É inaceitável! Nossa solidariedade aos profissionais da imprensa. Já passa da hora de conhecermos quem financia o banditismo bolsonarista. Estão a soldo de quem? Também é passada a hora da polícia agir e prender esses marginais. Ou a lei volta a imperar ou vai valer o exercício das próprias razões. Aí o Brasil virará uma grande briga de rua”, destacou o parlamentar.

A deputada Alice Portugal (BA) também se manifestou. Segundo ela, a atitude da claque bolsonarista é típica do fascismo. “Inconcebível jornalistas serem hostilizados na frente do Alvorada e terem que suspender o plantão por falta de segurança. Coisas do fascismo. E assim, pisam nossas flores, matam nosso cão e não podemos dizer mais nada. #ForaBolsonaro”, declarou.

Em nota, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) elogiou a decisão das empresas que suspenderam a cobertura no Alvorada. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal e a Federação Nacional dos Jornalistas cobraram ações de proteção aos profissionais por parte do Gabinete de Segurança Institucional e da Secretaria de Comunicação da Presidência da República.