Estado sofre com a falta de energia desde terça (3). Foto: reprodução

Desde a noite de terça-feira (3), a capital do Amapá, Macapá, e outras 13 cidades do estado sofrem com um apagão, após incêndio na subestação responsável por receber eletricidade de outras regiões do país. Relatos que circulam nas redes sociais mostram a dificuldade da população. Sem luz, o fornecimento de água também foi prejudicado e muitos precisaram correr aos mercados em busca de água mineral.

Há também problemas nos sistemas de comunicação, com dificuldades para usar telefones ou acessar a internet, e relatos de grandes filas em postos de gasolina e supermercados durante o dia. À noite, os hotéis que têm geradores de energia ficaram cheios de pessoas em busca de iluminação.

Deputados do PCdoB também estão usando suas redes sociais para repercutir o assunto, chamar a atenção para a gravidade da situação vivida no estado e cobrar ações efetivas do governo federal.

“Três dias que um estado brasileiro está sem luz. Três dias, Bolsonaro. Vai Trabalhar!”, afirmou a deputada Jandira Feghali (RJ).

A deputada Alice Portugal (BA) afirmou que Bolsonaro deveria “parar de pensar no Trump e olhar para a situação do Amapá”. De olho no resultado das eleições norte-americanas, Bolsonaro tem feito recorrentes declarações sobre a possível derrota de Donald Trump, mas nada disse sobre o apagão no estado brasileiro.

O deputado Orlando Silva (SP) também enfatizou a omissão do Estado. “É muito preocupante o que acontece no Amapá. A falta de energia elétrica impacta na conservação e no abastecimento de produtos básicos e vitais. Irmãos brasileiros vivendo sob calamidade e não se ouviu uma só palavra do governo federal”, destacou.

O deputado Daniel Almeida (BA), além de prestar solidariedade aos amapaenses e cobrar ações do governo Bolsonaro, lembrou que o fornecimento de energia na região é feito por uma empresa privada, apontando os riscos da privatização de serviços essenciais, como pretende o governo de Jair Bolsonaro.

“Minha solidariedade a todos os cidadãos amapaenses. Como parlamentar, cobrarei do governo federal ações para amenizar e resolver a situação. Importante lembrarmos também que a empresa responsável pelo apagão no estado é uma empresa privada, de capital espanhol, mostrando que privatizar as nossas estatais não é a solução para melhoria dos serviços. Além disso, quatro dias sem energia elétrica impactam diretamente em ações básicas como armazenar alimentos, medicação e também prejudica os bancos de sangue. Isso acontece em um momento de pandemia, onde o país passa por uma crise sem precedentes”, afirmou.

O Ministério de Minas e Energia afirmou nesta quinta-feira (5) que a retomada completa do fornecimento de energia elétrica no Amapá deve demorar ao menos 15 dias. Um gabinete de crise foi montado para encontrar soluções, mas ainda não houve nenhuma ação efetiva do governo até o momento.

 

Por Christiane Peres

 

(PL)