Deputados culpam corte de verbas por apagão no CNPq
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) informou, nesta terça-feira (27), que o servidor utilizado para armazenar a plataforma Lattes “queimou”. O apagão está causando apreensão em pesquisadores de todo o Brasil, até porque não há previsão para normalização do sistema.
A agência federal ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia lamentou ainda que a plataforma não tinha backup e não se sabe quantos dados foram perdidos.
Uma das preocupações se refere à plataforma Lattes, que reúne o currículo de cientistas brasileiros e também é o repositório de informações sobre a produção científica em todas as áreas do conhecimento. A plataformas contêm o Currículo Lattes, Diretório de Grupos de Pesquisa, Diretório de Instituições e Extrator Lattes.
Para a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), a pane no sistema do órgão é mais um exemplo da “política de negação à ciência desse governo que empurra o Brasil para um caos”.
“Absurdo! Os sistemas do CNPQ estão há quatro dias fora do ar. São milhares de dados acadêmicos e pesquisas indisponíveis para pesquisadores, estudantes e professores. Um verdadeiro APAGÃO DA CIÊNCIA”, protestou em mensagem no Twitter.
O problema foi notificado na segunda-feira (26), quando pesquisadores de todo o Brasil tentaram acessar o Lattes, mas sem sucesso. Nas redes sociais, o governo federal confirma a “indisponibilidade das plataformas”. No entanto, não foi citada a possível perda de milhares de dados e produções científicas realizadas no Brasil.
Segundo o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), o CNPq “tem sido alvo prioritário da política anticientífica do governo Bolsonaro”. “A agência sofre com cortes orçamentários irresponsáveis que resultam em seu desmonte. O objetivo é destruir o sistema nacional de C&T. Falsos patriotas”, escreveu em suas redes sociais.
O parlamentar lembrou que o Congresso Nacional aprovou o PLC 135/20, que proíbe o contingenciamento do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), mas, ilegalmente, o governo Bolsonaro continua mantendo a verba de R$ 5 bi presa para acelerar o desmonte do CNPq e da C&T.
“A plataforma Lattes sofreu um apagão, podendo comprometer dados. Quem paga por isso?”, questionou Orlando Silva.
O site da agência abriga as plataformas Lattes e Carlos Chagas, essenciais para o gerenciamento da pesquisa científica no país por servirem de referência para pesquisadores de todas as universidades brasileiras, sejam elas públicas ou privadas.