O Brasil registrou nesta quarta-feira (18) mais de 570 mil mortes por Covid-19. Apesar de já refletir uma queda no número de óbitos diários registrados, o país ainda está longe de controlar a pandemia e a chegada de novas variantes, como a Delta, reforça a necessidade da manutenção dos cuidados básicos contra a doença, mesmo após a imunização completa.

No entanto, uma declaração do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante entrevista ao canal bolsonarista Terça Livre, nesta quarta-feira (18), chamou atenção. O chefe da Pasta afirmou ser contra a obrigatoriedade do uso de máscaras e defendeu a retomada das aulas presenciais.

“Somos contra essa obrigatoriedade [do uso de máscaras]. O Brasil tem muitas leis e as pessoas, infelizmente, não observam. O uso de máscaras tem de ser um ato de conscientização”, afirmou Queiroga ao canal.

Parlamentares do PCdoB criticaram a declaração de Queiroga e reiteraram a importância das medidas de prevenção.

“É incrédulo ler essa notícia. Justamente no momento em que novas variantes estão aparecendo, o ministro da Saúde manifesta posicionamento genocida através de sua fala. Usar máscara, álcool gel e evitar aglomerações tem salvado vidas. A omissão e negação do governo tem dizimado”, afirmou o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA).

A vice-líder da Minoria, deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), lamentou o número de mortes e reforçou que é momento de os brasileiros redobrarem os cuidados. “Hoje, o Brasil superou a triste marca de 571 mil mortes de Covid. Foram 1.064 vidas perdidas nas últimas 24 horas. A pandemia não passou. O Brasil ainda não imunizou a maioria de sua população ou controlou a pandemia. Enquanto isso, a ascensão da variante Delta traz novos desafios para o mundo. É hora de redobrar os cuidados para evitar o contágio. O alerta serve para todos, mesmo para quem já está completamente imunizado”, alertou.

Em publicação no Twitter nesta quinta-feira (19), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) reforçou o alerta sobre a manutenção dos cuidados e lembrou os brasileiros que a variante Delta é altamente transmissível e já circula no país. Contrariando a fala de Queiroga, entre as medidas de prevenção enumeradas pelo Conass estão: uso de máscara, higienização das mãos, manutenção do distanciamento social quando possível, e evitar aglomerações.

O conselho lembra ainda que os sintomas desta variante são parecidos com o de uma gripe comum: febre, dor de garganta e coriza e reforça a importância da vacinação.

Para o líder do PCdoB na Câmara, deputado federal Renildo Calheiros (PE), avançar na imunização é essencial para que o país consiga reduzir, de fato, o número de mortes pela doença. Renildo também se solidarizou com as famílias das vítimas da Covid-19.

“Que tragédia! O Brasil passou dos 570 mil mortos por Covid-19. Se o governo Bolsonaro continuar paralisado, esses números não irão parar de crescer. Solidariedade às famílias das vítimas! A variante Delta, identificada inicialmente na Índia, é uma ameaça real e já responde por 61,2% das amostras brasileiras do vírus analisadas pela plataforma internacional Gisaid, que reúne dados genômicos de 172 países. A maior parte das amostras analisadas pela plataforma internacional é do Sudeste, onde fica o epicentro da Delta: o Rio de Janeiro. Naquele estado, a ocupação de leitos de UTI está em 70%, a maior média em dois meses. Imunizar completamente a população é fundamental para reduzirmos essas mortes”, afirmou.

 

Por Christiane Peres

 

(PL)