Deputados criticam novo aumento no gás de cozinha e de combustíveis
O gás de cozinha (GLP), a gasolina e o diesel passaram a pesar ainda mais no bolso dos brasileiros a partir desta terça-feira (6). Um novo reajuste anunciado pela Petrobras eleva ainda mais os preços nas distribuidoras. O gás de cozinha, por exemplo, terá um aumento médio de R$ 0,20 por kg, uma vez que o preço médio de venda do GLP passará a ser de R$ 3,60 por kg; já nos combustíveis, o litro da gasolina foi reajustado para R$ 2,69 e o do diesel para R$ 2,81, refletindo reajustes médios de R$ 0,16 e R$ 0,10 por litro, respectivamente.
“A Petrobras anunciou mais um aumento nos preços da gasolina, do diesel e no gás de cozinha, que sobem, respectivamente, 6,3%, 3,7% e 5,9%. O governo Bolsonaro não passa nenhum dia sem dar um novo golpe no povo. Quem sobrevive à Covid, Bolsonaro quer matar de fome e de raiva”, declarou o vice-líder do PCdoB na Câmara, deputado federal Orlando Silva (SP).
Este é o oitavo aumento no preço dos combustíveis desde janeiro. “O Brasil voltou a ser o país da inflação! Até quando?”, questionou a deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA).
A bancada do PCdoB é uma das que questiona a atual política de preços da Petrobras, fruto do pós-golpe. À época, Michel Temer alterou a política de preços para um conceito conhecido como “paridade de importação”, que calcula quanto custaria a venda, no mercado brasileiro, de combustível comprado nos Estados Unidos. A ação de Temer foi fundamental para agradar o mercado financeiro e promover a alta do preço dos combustíveis, além do gás de cozinha, sacrificando ainda mais a renda do brasileiro. No entanto, à época, a medida era “vendida” como alternativa para baixar o preço dos combustíveis, o que não tem sido visto, na prática.
Bolsonaro, em vez de enfrentar o debate de fundo, resolveu trocar o comando da estatal este ano, após as reiteradas altas nos preços. Essas são as primeiras altas dos combustíveis automotivos anunciadas desde a posse do general Joaquim Silva e Luna na presidência da Petrobras, em 19 de abril. O GLP, no entanto, já havia sido reajustado em 6%, em junho passado.
A vice-líder da Oposição, deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC), avaliou o impacto do novo reajuste na vida população mais carente. “Mais uma para a conta do brasileiro! Há uma semana, a tarifa extra da conta de luz ficou 52% mais cara. Agora, mais uma vez, os preços da gasolina, diesel e gás de cozinha subiram. Pelo andar das coisas a energia elétrica vai ser substituída por velas e o gás de cozinha, por fogão a lenha. E isso não é nada bom. Até onde vai a falta de sensibilidade do desgoverno Bolsonaro?”
Os reajustes refletem a alta do petróleo no mercado internacional. Nesta segunda-feira (5), o barril da commodity foi negociado em Londres a quase US$ 76.
Os contratos no mercado futuro aceleraram após notícias de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) adiaram, pela segunda vez, a sua reunião ministerial.
A Petrobras, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que “busca evitar o repasse imediato para os preços internos da volatilidade externa causada por eventos conjunturais”, mas que se mantém alinhada ao mercado internacional.
O deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA) afirmou que a mudança na condução do país é necessária para o retorno de uma vida digna aos brasileiros. “Em alguns lugares do país as pessoas precisam desembolsar R$ 130 para custear um botijão. Imagine essa situação para quem recebe apenas um salário mínimo ou está sem emprego? Lutar pelo Fora Bolsonaro, é lutar por uma sobrevivência digna nesse país!”, destacou o parlamentar.
Por Christiane Peres
(PL)