Deputados criticam incompetência do governo Bolsonaro com a Petrobras
Em um dia de idas e vindas nas informações acerca da sucessão do general Joaquim da Silva e Luna no comando da Petrobras, as ações da empresa fecharam em queda de 1%, refletindo as incertezas que culminaram na oficialização, já à noite, da desistência do consultor Adriano Pires de assumir a presidência da estatal.
“A incompetência do governo Bolsonaro afunda o Brasil. É inaceitável que a Petrobras, estatal estratégica na economia brasileira, siga sem comando”, criticou o líder do PCdoB na Câmara, deputado federal Renildo Calheiros (PE).
“Incompetência criminosa! É difícil de acreditar, mas a verdade é que a Petrobras está acéfala, sem presidente!”, denunciou em suas redes o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).
Após o jornal O Globo ter anunciado pela manhã que o economista Adriano Pires havia desistido de assumir o comando da estatal, o Palácio do Planalto e o Ministério das Minas e Energia (MME) divulgaram comunicado, à tarde, negando que tivessem sido informados da decisão.
Em seu portal, a CNN Brasil disse que a versão do governo, de que a decisão ainda não havia sido tomada ou formalizada, era endossada por aliados de Pires. “Segundo esse grupo que dá suporte ao economista, há um trabalho para ‘enfrentar os obstáculos’ e Pires ainda teria reuniões na segunda-feira (4) para traçar cenários”, reiterou.
Paulo Guedes, por sua vez, lavou as mãos. Antes de deixar o hotel em que almoçou com Bolsonaro no Rio, disse que estava desinformado, que não havia conversado sobre isso com o presidente e que não era assunto dele.
De acordo com a CNN, o ministro da Economia disse aos jornalistas que pediram que ele desse “uma luz” sobre o futuro da Petrobras, ele afirmou: “Estou sem a luz”. O Globo reafirmou, mais tarde, que Adriano Pires havia desistido de assumir o cargo, mas acrescentou que Bolsonaro ainda tentava reverter a decisão. Por fim, o jornal divulgou, à noite, carta endereçada ao MME em que o economista confirma a sua decisão e a justifica por questão de conflito de interesses.
Na última sexta-feira (1º), o Ministério Público de Contas pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) que determinasse à Controladoria-Geral da União (CGU), à Comissão de Ética da Presidência da República e à Petrobras a investigação sobre eventual conflito de interesse na indicação do economista para a presidência da estatal.
Ligado ao setor privado de petróleo, para o qual trabalha como consultor, a entrega do cargo a Adriano Pires é vista como abertura de caminho para a privatização da Petrobras. Em vídeo, o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA) afirmou que não adianta (o atual governo) tentar dizer que defende a soberania nacional.
“Soberania nacional é preservar a Amazônia, é preservar as nossas estatais, é ter as garantias de que a economia e as políticas no Brasil serão feitas para o Brasil, para os brasileiros, e não entregue aos interesses do capital externo e, principalmente, do capital financeiro. Nós condenamos essa política!”, frisou.
Por Mariana Mainenti,
Com agências
(PL)