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“Não sei por que correr”, disse Jair Bolsonaro sobre a vacina contra a Covid-19. A declaração dada a apoiadores nesta segunda-feira (26) na porta do Palácio da Alvorada repercutiu entre os parlamentares do PCdoB.

Vice-líder da Minoria, a deputada Alice Portugal (BA) voltou a classificar o presidente como “genocida”, após a fala. “Mais de 157 mil pessoas já morreram pela Covid-19 no Brasil e Bolsonaro continua fazendo disputa política em cima da vida das pessoas. Nenhum presidente que se preocupa com seu povo falaria que não sabe por que correr com a vacina para a doença. Bolsonaro irresponsável e genocida”, declarou.

O deputado Daniel Almeida (BA) também respondeu o questionamento do presidente enfatizando número de mortos causado pelo novo coronanírus. “Bolsonaro disse que não vê motivos para correr com a vacina preventiva da Covid-19. As mais 150 mil mortes no Brasil respondem esse questionamento sem noção do presidente. No mundo, já passamos de 1,1 milhão de mortes, e ainda há pessoas se contaminando”, afirmou.

Já a deputada Jandira Feghali (RJ) usou a ironia em suas redes para rebater Bolsonaro. Ao postar fotos emblemáticas do impacto da pandemia na vida da população brasileira, como as inúmeras covas abertas em Manaus, a parlamentar escreveu: “Bolsonaro: “Não sei pra que essa pressa pra vacina”. Pois é, gente, tá tudo tão tranquilo…”.

Segundo a Universidade Johns Hopkins, o coronavírus já infectou mais de 43 milhões de pessoas no mundo e matou mais de 1,1 milhão. No Brasil, são mais de 157 mil óbitos.

Aos seus apoiadores, Bolsonaro declarou que, de acordo com as informações que chegaram até ele, a vacina mais rápida até hoje levou quatro anos entre o desenvolvimento das pesquisas e o processo de aprovação. Disse que, diante disso, não entende a pressa por um imunizante contra a Covid-19.

“Nós queremos é buscar uma solução para o caso. Todo mundo diz que a vacina que menos demorou até hoje foram quatro anos. Eu não sei por que correr em cima dessa presidente”, disse Bolsonaro.

Nas últimas semanas, ele já havia atacado a produção da coronavac, vacina que vem sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan, um dos maiores centros de pesquisa biomédica do mundo, localizado em São Paulo, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech. Após o Ministério da Saúde afirmar que havia solicitado 46 milhões de doses da vacina, Bolsonaro rebateu e afirmou que “o povo brasileiro não seria cobaia da vacina chinesa”.

O veto de Bolsonaro à aquisição da vacina levou partidos da Oposição a acionarem o Supremo Tribunal Federal para impedir que o governo federal adote medidas que possam dificultar a colaboração entre os órgãos competentes no desenvolvimento e aquisição de vacinas visando o controle da disseminação do novo coronavírus.

(PL)