Deputados comemoram aprovação de vacinas pela Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou domingo (17) o uso emergencial da vacina CoronaVac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, e do imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford, em parceria como o laboratório AstraZeneca, que será produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Logo após a decisão da Anvisa, adotada por unanimidade, o governo de São Paulo aplicou a primeira dose da vacina contra a Covid-19. A enfermeira Mônica Calazans, moradora de Itaquera, na Zona Leste da capital paulista, foi a primeira pessoa, fora dos estudos clínicos, a receber a vacina.
Nas redes sociais, parlamentares da Bancada do PCdoB na Câmara dos Deputados comemoraram o anúncio da liberação. A líder do partido, deputada Perpétua Almeida (AC), afirmou que a decisão da Anvisa é uma vitória dos brasileiros na luta contra a pandemia do coronavírus, que já matou mais de 200 mil pessoas.
“Está comprovado a eficácia e a segurança dos imunizantes. Saúdo o esforço dos cientistas e pesquisadores brasileiros. A decisão, que prioriza salvar vidas, é também o símbolo da derrota do negacionismo”, assinalou. A parlamentar destacou que o desafio agora é viabilizar que as vacinas cheguem em cada canto do País, “garantindo aos brasileiros o direito à saúde e à vida”.
Perpétua avaliou que a tarefa não será fácil e o Congresso Nacional precisa continuar cobrando do governo Bolsonaro que assuma sua responsabilidade de cuidar da nação. “Nós, que temos defendido a ciência e os cuidados necessários com a vida dos brasileiros, reafirmamos nosso compromisso de aprovar as medidas necessárias para preservar a vida de nossos compatriotas”, disse.
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) fez uma publicação no Twitter, destacando o fato do primeiro brasileiro imunizado ser uma mulher negra. Ela também cobrou do governo federal a colocação em prática de um plano nacional de vacinação eficaz. “As vacinas estão aprovadas, agora é exigir um plano adequado. Nós, por exemplo, queremos a educação no grupo prioritário. Eu quero me vacinar e você?”, escreveu.
O plano de imunização nacional classifica como grupos prioritários idosos acima de 60 anos, profissionais da Saúde, indígenas; pessoas com comorbidades; professores (do nível básico ao superior); profissionais de forças de segurança e salvamento; e funcionários do sistema prisional.
Na atualização do plano, foram incluídos comunidades tradicionais ribeirinhas; quilombolas; trabalhadores do transporte coletivo; pessoas em situação de rua; e população privada de liberdade.
“Temos vacina, apesar do Bolsonaro!”, comemorou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), assim que a diretoria colegiada da Anvisa formou maioria para aprovar a CoronaVac, primeiro imunizante a ser avaliado na reunião da Agência. Em seguida, escreveu no Twitter: “Também foi aprovada a utilização emergencial da vacina de Oxford. Agora é iniciar IMEDIATAMENTE a vacinação da população. Viva a Ciência! Abaixo o negacionismo. #ForaBolsonaroGenocida”.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) celebrou a aprovação das vacinas, lembrando que a imunização traz uma nova esperança para a sociedade brasileira. “Parabéns a Fiocruz e ao Butantan! A ciência fez sua parte! Falta o governo apresentar plano, logística e campanha publicitária consistentes para incentivar a vacinação”, observou.
“ANVISA aprova o uso emergencial das vacinas desenvolvidas pelo Butantan em parceria com a farmacêutica Cinovac e pela Fiocruz em parceria com Oxford. A ciência é o caminho para combatermos esse mal que já levou mais de 209.296 brasileiros. Vitória da Ciência! Vitória do SUS!”, postou o deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE) em suas redes sociais.
Segundo a deputada Professora Marcivânia (PCdoB-AP), a aprovação do uso emergencial das vacinas é um passo significativo na direção da retomada da normalidade no País. “Os brasileiros anseiam pelo retorno a uma rotina sem o medo desse ‘inimigo invisível’. Demorou mas está chegando, apesar dos boicotes”, disse.
A parlamentar advertiu, no entanto, que outras medidas são necessárias para que os brasileiros reconquistem a “normalidade” de suas vidas. “É preciso valorizar o conhecimento e a ciência, investir nas potencialidades internas para que a nossa economia reaqueça e investir na juventude. É preciso um novo governo”, pontuou.
Com a aprovação das vacinas, a imunização já foi iniciada e segue durante esta semana, mas a aplicação nesta primeira fase será destinada prioritariamente aos profissionais de saúde, pessoas idosas e indígenas.
Conforme divulgado, o Butantan já tem 10,8 milhões de doses disponíveis para aplicação, enquanto a Fiocruz aguarda a chegada do imunizante vindo da Índia, ainda sem data prevista. São mais dois milhões de doses, mas ainda não é suficiente para toda a população.
Prevenção segue
Apesar do início da vacinação, a pandemia não acabou! É fundamental que os cuidados recomendados pelas autoridades sanitárias visando a prevenção do contágio e o controle da circulação do vírus sejam reforçados. A luta para salvar vidas continua.
Por Walter Félix
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(PL)