Na primeira reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, após ter incitado motim de policiais na Bahia, a presidente do colegiado, deputada Bia Kicis (PSL-DF), foi cobrada por seus pares a pedir desculpas pelo ato. A deputada, no entanto, preferiu o silêncio e foi duramente criticada por parlamentares de vários partidos.

Nesta segunda-feira (29), Kicis chamou de “herói” um policial militar da Bahia que morreu após sofrer um surto psicótico e enfrentar com tiros colegas da corporação. No post, posteriormente apagado, a parlamentar associava o caso às medidas determinadas pelo governador da Bahia, Rui Costa, contra a Covid-19 e dizia que “chega de cumprir ordens ilegais”.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) foi um dos que cobrou posicionamento da parlamentar e condenou o fato de não ter havido qualquer autocrítica.

“Eu imaginei, deputada Bia Kicis, que nós iniciaríamos a sessão de hoje com um pedido de desculpas. Imaginei que abriria os trabalhos e faria uma autocrítica de sua conduta. Foi uma incitação de um levante, motim policial, nas redes sociais”, disse o deputado. Posteriormente, em suas redes sociais, o parlamentar afirmou que era “o silêncio de quem não tem como defender a posição criminosa”.

As críticas vieram também de aliados do governo, como a deputada Margarete Coelho (PP-PI) que afirmou que a atitude de Kicis não contribuía para o andamento dos trabalhos da comissão.

Desde o ocorrido, a renúncia de Bia Kicis do comando do colegiado tem sido cobrada por parte de parlamentares de oposição. O caso já rendeu a apresentação de representações contra a deputada no Conselho de Ética da Casa.

 

Por Christiane Peres,
com informações de agências
 

(PL)