Eurodeputado Lagos, do partido neonazi Aurora Dourada, foi preso pelo assassinato do músico Pavlos Fyssas

O deputado grego no Parlamento Europeu, Ioannis Lagos, ex-integrante do partido neonazista Aurora Dourada, foi preso em Bruxelas nesta terça-feira (27), poucas horas depois do Parlamento Europeu retirar sua imunidade, anunciou a polícia da Grécia.

A prisão foi para cumprir uma ordem internacional emitida por Atenas para que ele cumpra a pena de 13 e 8 meses pelo seu papel no assassinato do antifascista Pavlos Fyssas em setembro de 2013.

“Estou numa viatura da polícia. Ladrões, ateus, anti-helenos vieram me prender”, perorou Ioannis Lagos via Twitter.

Integrante da direção do Aurora Dourada, Lagos foi eleito eurodeputado pelo partido em julho de 2019. Meses depois, quando já era insustentável a situação jurídica dos neonazistas gregos, declarou-se “independente”.

Fazendo uso de sua imunidade parlamentar, Lagos deixou a Grécia em 7 de outubro de 2020, no dia em que um tribunal iria anunciar, depois de cinco anos e meio de processo, as sentenças para dezenas de membros do Aurora Dourada e a cabeça do partido por liderar uma “organização criminosa”.

A retirada da imunidade do neonazi grego foi aprovada por ampla maioria do Parlamento Europeu em escrutínio secreto: 658 votaram a favor e apenas 25, contra. 10 eurodeputados se abstiveram.

O chefe do Aurora Dourada, Nikos Michaloliakos, está preso, mas o número dois da formação, Christos Pappas, continua foragido. A devastação e desespero que se abateram sobre a Grécia sob a tutela da ‘Troika’ (EU/BCE/FMI) tiveram, como efeito colateral, essa irrupção neonazi em um país de tradição antifascista intensa. Mas tudo indica que os gregos acordaram e retomaram sua tradição democrática mais profunda e, nas mais recentes eleições gregas, foi pífio o desempenho dos neonazis que sobraram fora das grades.