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O deputado bolsonarista Frederico D’Ávila (PSL-SP) é um fascista declarado e pretende fazer apologia da ditadura. Tentou enganar a Assembleia Legislativa de São Paulo para que realizasse uma homenagem em memória de um assassino sanguinário, o notório e repulsivo Augusto Pinochet, que foi ditador no Chile.
O deputado bolsonarista registrou o evento, no calendário da Assembleia, como “Ato Solene em Memória do Presidente Augusto P. Ugarte”, escondendo que o “P” queria dizer “Pinochet”. Assim, o ato fora marcado para o dia 10 de dezembro de 2019.
Pinochet foi o responsável pelo banho de sangue que matou mais de 3 mil pessoas, torturou outros 38.000 cidadãos chilenos e levou outros 100 mil ao exílio, em um país cuja população era – como ainda é – 11 vezes menor que a do Brasil.
O deputado, ao esconder o nome de Pinochet, não teve coragem de tornar pública a sua bajulação criminosa. Mas reservou o Auditório Paulo Kobayashi, da Assembleia de São Paulo, para reverenciar o tal Ugarte, o outro sobrenome de Pinochet – um sobrenome que ninguém, fora raríssimas exceções, conhece.
Covardemente, como fazem os fascistas, ele escondeu o nome do assassino que pretendia bajular.
O presidente do Cidadania23 de São Paulo, deputado Arnaldo Jardim, quando soube do ato, divulgou uma nota, através das redes sociais, de repúdio contra a realização da homenagem e pediu a sua proibição: “Estou estarrecido com a decisão de um parlamentar de levar a Assembleia Legislativa a homenagear o ditador Augusto Pinochet”. afirmou.
“Ele foi um sanguinário e torturou. Não merece ser comemorado de forma nenhuma. Não combina com a tradição democrática da Assembleia de São Paulo. Não combina com os valores do povo paulista. Não é modelo, não é referência. Quem é contra a democracia não deve ser homenageado. Esta homenagem é simplesmente uma vendeta política, uma tentativa de aparecer, que nada traz a São Paulo, nada traz à democracia”, acrescentou Jardim.
Realmente, a apologia do regime fascista e dos assassinatos em massa, feita pelo deputado bolsonarista, não pode e não deve ser tolerada pela sociedade. Muito menos pelo Legislativo e pelo Judiciário, já que é uma afronta aberta à Constituição do Brasil.
A decisão do presidente da Alesp, Cauê Macris (PSDB), anunciada na quarta-feira (20), de cancelar a realização do ato em homenagem, ao assassino, foi bem recebida.
Homenagear assassinos – e enganar a Alesp para tentar acumpliciá-la aos crimes de Pinochet -, no entanto, deve ser punido não só com o cancelamento do ato, mas também com a perda de mandato do parlamentar que fez a proposta indecente.
A Assembleia Legislativa de São Paulo, com sua tradição democrática, não pode ser complacente com a presença de um fascista que defende o fechamento da própria Assembleia – pois foi isso o que fez Pinochet no Chile, fechando o parlamento, assassinando e torturando inclusive parlamentares .
O deputado estadual Emidio de Souza (PT), também protestou e apoiou a decisão do presidente da Alesp de proibir o ato.
“Uma Casa de Leis que representa o povo jamais deve homenagear uma pessoa que reconhecidamente cometeu crimes contra a humanidade”, enfatizou o parlamentar.
Frederico D´Ávila, o bajulador de Pinochet, foi outro bolsonarista que afrontou as Forças Armadas do Brasil, assim como fez também o ministro da Educação, Abraham Weintraub, ao atacar a figura do Marechal Deodoro e chamar a República de “infâmia”.
O deputado, assim como o ministro, publicou, no último dia 15, que não havia “nada para comemorar” em relação à Proclamação da República. “Dia do golpe”, escreveu o parlamentar fascista, que se diz monarquista – isto é, a favor de um regime que tinha como base a escravidão, e, durante décadas, o tráfico de escravos.
O deputado paulista foi também responsável pela publicação de um vídeo, tentando induzir o espectador a acreditar nas mentiras criminosas de Jair Bolsonaro sobre o pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz.
Bolsonaro disse que Fernando Santa Cruz fora assassinado por seus companheiros. O pai de Felipe foi assassinado sob tortura, a mando da ditadura implantada no país em 1964, reverenciada por Bolsonaro e por esse deputado. Este foi obrigado a se retratar dessa fake news, aliás, de uma estupidez inominável.