Deputadas do PCdoB rechaçam atuação de Bolsonaro no caso Covaxin
O presidente Jair Bolsonaro negou, nesta segunda-feira (28), ter conhecimento sobre o esquema de corrupção na aquisição da vacina indiana Covaxin. O caso veio à tona com a denúncia dos irmãos Miranda, que depuseram na última sexta-feira (25) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado e apontaram que o presidente sabia das irregularidades no Ministério da Saúde, e ainda confirmaram o nome do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), na condução das articulações.
Segundo Bolsonaro, ele “não tem como saber o que acontece nos ministérios” e “não fez nada de errado”. Segundo o deputado Luis Miranda (DEM-DF), em seu depoimento na CPI, após receber a denúncia sobre as irregularidades na aquisição da Covaxin, Bolsonaro afirmou que determinaria a investigação do caso. Mas não o fez.
A declaração do presidente foi rechaçada por parlamentares do PCdoB, que defendem que Bolsonaro está mentindo, prevaricou e não pode seguir na Presidência da República.
“Como assim, Bolsonaro diz que não tem como saber o que acontece nos ministérios? A frase, “um manda e o outro obedece”, não é dele e do Pazuello? O presidente está mentindo. Ele foi avisado do esquema de corrupção na compra de vacinas e permitiu seguir. Cometeu crime de prevaricação”, afirmou a vice-líder da Oposição, deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC).
A deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA) reiterou a declaração da correligionária. “Bolsonaro disse que ‘não tem como saber o que acontece nos ministérios’. É mentira! Bolsonaro prevaricou e não pode seguir na Presidência. #forabolsonaro”, destacou a parlamentar.
Segundo o Código Penal brasileiro, o crime de prevaricação ocorre quando um funcionário público “retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”.
Neste caso, seria uma suposta não comunicação de uma eventual irregularidade para outras autoridades investigarem. O Código Penal prevê pena de três meses a um ano de prisão e multa.
“Bolsonaro sabia o que acontecia no Ministério da Saúde! Existem fatos que comprovam isso além do depoimento do deputado Luís Miranda. Todas as ações do presidente foram e continuam sendo no sentido de garantir e blindar a corrupção na compra de vacinas. Por que não investiga?”, questiona a vice-líder da Minoria, deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Por Christiane Peres
(PL)