Deputadas do PCdoB cobram responsabilidade de Bolsonaro com a saúde
O Brasil já ultrapassou as 157 mil mortes por Covid-19. Ainda assim, seu mandatário mantém discurso contrário à aquisição de vacinas e de defesa do uso de medicamentos sem comprovação científica, como a cloroquina, para combate à doença. A postura de Jair Bolsonaro voltou a ser criticada nesta terça-feira (27) por deputadas do PCdoB, durante a sessão virtual desta semana.
Para a líder da legenda, deputada Perpétua Almeida (AC), o Parlamento não pode assistir calado a guerra de Bolsonaro contra as vacinas. “É preciso responsabilidade. Qualquer que seja a vacina que for liberada em primeiro lugar o Brasil precisa assumir o compromisso de comprá-la. O Brasil precisa comprar todas as vacinas que forem liberadas para a Covid-19. Não podemos negar aos brasileiros o direito à vida, o direito à saúde, porque são direitos constitucionais. Se o presidente da República Jair Bolsonaro nega aos brasileiros o acesso às vacinas ele comete, sim, um crime de responsabilidade, um crime contra a vida dos brasileiros e não podemos nos calar, afirmou a parlamentar.
Segundo ela, fazer campanha contra as vacinas, quando já se tem um país com quase 160 mil mortos e com uma segunda onda de contágio em curso na Europa, é inadmissível. “O presidente Bolsonaro e seus seguidores já começam a dizer que não são a favor que ninguém seja obrigado a tomar a vacina, até já começam a mentir dizendo que as pessoas vão ser pegas à força para tomar a vacina. O povo brasileiro não pode se deixar levar pelas fake news contra a vacina, pelas mentiras contra a vacina”, pontuou.
A vice-líder da Minoria, deputada Alice Portugal (BA) também criticou a postura antivacina do presidente. Para Alice, assegurar o acesso à vacina é defender a vida. “A defesa da vida vem se tornando uma palavra de ordem cada vez mais enfática em nosso país. Isso não se dá à toa. Não é possível que este Congresso Nacional escute calado o presidente da República gerar teorias absolutamente sem qualquer solidez de que a vacina é algo relativo à decisão individual. Se nós não tivéssemos feito no Brasil campanhas vitoriosas, transformando a vacinação, por exemplo, contra a poliomielite em algo prazeroso, com o Zé Gotinha, teríamos hoje ainda de maneira extremamente espalhada pelo Brasil pessoas sequeladas pela doença. Sabemos quantos brasileiros hoje carregam consigo as sequelas dessa virose, e houve uma campanha espetacular contra a poliomielite. O Ministério da Saúde deveria imediatamente iniciar a campanha pela vacinação, independentemente de quais vacinas venham a ser adotadas, porque tudo depende do estágio de testes e da eficácia das vacinas, e não da nacionalidade dos cientistas ou das empresas que estão produzindo a patente original”, destacou.
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(PL)