O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) confirmaram, na última terça-feira (5), os locais e datas em que as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 serão aplicadas.

Apesar de uma enquete realizada no ano passado ter apontado que a maioria dos estudantes pediam que o exame fosse aplicado no mês de maio, o Enem impresso ocorrerá nos dias 17 e 24 de janeiro para 5.783.357 inscritos. Além da versão impressa, a edição deste ano terá uma prova digital para 100 mil inscritos – ocorrerá nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro.

Segundo a enquete feita no ano passado, para 49,7% dos estudantes, o Enem impresso deveria ser aplicado em 2 e 9 de maio de 2021 e o Enem digital em 16 e 23 de maio.

As outras opções de data indicadas na consulta obtiveram os seguintes resultados: Enem impresso em 6 e 13 de dezembro passado e Enem digital em 10 e 17 de janeiro de 2021, com 15% dos votos; e Enem impresso em 10 e 17 de janeiro de 2021 e Enem digital em 24 e 31 de janeiro, com 35,3% dos votos dos estudantes.

Para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o atropelo à consulta feita aos estudantes “é a cara desse desgoverno antidemocrático”. A parlamentar advertiu que a realização das provas em um momento de aceleração da pandemia está expondo estudantes a riscos desnecessários, além de prejudicar os que não tiveram oportunidade de acompanhar aulas virtualmente. “O pacote de maldades completo”, disse no Twitter.

Jandira retuitou post no qual a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) pede o adiamento das provas. De acordo com a entidade, vários estudantes não tiveram acesso à internet para estudar; a desigualdade educacional aumentou, em razão das alterações ocorridas no ano letivo; o País ainda não deu início à vacinação contra a Covid-19; e o número de casos da doença segue aumentando em ritmo acelerado.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) também cobrou o adiamento das provas.

“O ministro e o Inep já avisaram que vai ter Enem no final do mês, mas foram 178 milhões de reais e 500 mil para o MEC comprar álcool gel e alugar salas para que o Enem fosse seguro, para que acontecesse sem aglomeração, com distanciamento necessário e seguro para a prova. Nada fizeram, o dinheiro está no MEC até agora estagnado. Não tem como ter o Enem. A UNE já levanta a voz, os professores levantam a voz. Mais uma vez nós vamos pedir o #AdiaEnem”, afirmou.

 

Por Walter Félix

 

(PL)