A Frente Parlamentar Mista em Defesa da Renda Básica realizou, nesta quarta-feira (10), ato em defesa da prorrogação do auxílio emergencial e ampliação do Programa Bolsa Família. O evento, que contou com a participação de entidades da sociedade civil que apoiam o movimento, teve a participação das deputadas Perpétua Almeida (AC), Jandira Feghali (RJ) e Alice Portugal (BA).

O auxílio beneficiou trabalhadores informais e autônomos, desempregados e pessoas de baixa renda. O programa se encerrou em dezembro de 2020, mas diversos parlamentares têm apresentado projetos para retomar o benefício.

Para a vice-líder do PCdoB, Perpétua Almeida, o Brasil corre o risco de ser o último país a sair da pandemia e ter sua economia recuperada, porque o governo Bolsonaro negou a existência a pandemia e não tomou as providências necessárias para enfrentar suas consequências.

A deputada assinalou que a renovação do auxílio é fundamental pois a pandemia ainda não acabou. “Com empresas fechando as portas, com o desemprego passando de 14 milhões de pessoas, com o alto custo da cesta básica e o aumento dos combustíveis, é preciso o parlamento se agigantar mais uma vez e exigir o retorno dos R$ 600. Não aceitaremos menos que isso”, afirmou.

Segundo a deputada Jandira Feghali, a volta do auxílio emergencial, a ampliação da oferta de vacinas e o fortalecimento do SUS (Sistema Único de Saúde) é que deveriam estar na prioridade do Plenário no retorno dos trabalhos legislativos. “Mas, lamentavelmente, estamos encarando uma pauta que não tem qualquer urgência para o povo brasileiro, que é a autonomia do Banco Central”, frisou.

A parlamentar destacou que o auxílio emergencial de R$ 600 garantiu o funcionamento da economia brasileira e possibilitou a execução das medidas sanitárias de distanciamento social.

“Milhões de brasileiros estão desamparados com o fim do benefício em plena pandemia. É urgente renovar o auxílio e expandir o Bolsa Família no Brasil!”, observou a deputada Alice Portugal.

Manifesto

Durante o evento, também foi lançado o “Manifesto em Defesa do Auxílio Emergencial e de um programa de Renda Mínima que garanta a dignidade para todos”. O documento é assinado por 214 parlamentares de 23 partidos em conjunto com conselheiros, prefeitos e governadores.

“É urgente aprovarmos a prorrogação do auxílio emergencial e expandirmos o Bolsa Família, adaptando-o à situação econômica crítica em que nos encontramos e construindo um programa robusto de transferência de renda que não deixe a população brasileira à própria sorte”, diz um trecho do texto.

Efeito auxílio


Pago a partir de abril de 2020, sendo as cinco primeiras parcelas de R$ 600 e as quatro últimas de R$ 300 (acima dos R$ 200 propostos inicialmente pelo governo), o auxílio emergencial foi extinto em 31 de dezembro passado.

O benefício concedido a 67,8 milhões de pessoas permitiu que, em agosto de 2020, o percentual de brasileiros considerados pobres caísse em relação a 2019. A redução foi de 23%, o que significa que 15 milhões de pessoas superaram a linha da pobreza no período.

 

(PL)