Lindôra Araújo é braço direito do Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras.

A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) defendeu publicamente o uso de máscara de proteção contra o coronavírus, contrapondo-se à subprocuradora-geral Lindôra Araújo, que, para proteger Jair Bolsonaro, disse que não há benefício comprovado no uso de máscara.

A ANPR publicou em suas redes sociais que “a máscara é uma barreira física que reduz significativamente o risco de contágio por Covid-19. Estudos de todo o mundo já concluíram que, se usada corretamente, o índice de proteção chega a 90%”.

Lindôra Araújo ignorou as leis e a ciência ao responder dois pedidos de punição contra Jair Bolsonaro por não ter usado máscara durante as manifestações que promoveu.

Segundo ela, “inexistem trabalhos científicos com alto grau de confiabilidade em torno do nível de efetividade da medida de prevenção” e Bolsonaro não cometeu crimes.

Araújo ressaltou “a baixa lesividade do comportamento” de Jair Bolsonaro e disse que para ser crime sanitário a conduta precisa “realmente ensejar a introdução ou propagação de doença contagiosa”.

O uso de máscara é orientado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde. Não utilizá-las em locais públicos é crime na maior parte dos Estados do país e no Distrito Federal.

Jair Bolsonaro já foi multado no Maranhão e em São Paulo por não ter usado máscara em locais públicos.

A ANPR explicou que “a máscara deve estar justa ao rosto e sempre cobrir nariz e queixo” e que ela deve ser trocada a cada três horas ou sempre que estiver úmida ou suja.

“A máscara deve ser usada mesmo por quem já tomou uma ou duas doses da vacina”, continuou.

Jair Bolsonaro, além de quase nunca usar máscara em aparições públicas, já criticou seu uso e falou que isso era um “tabu” que ele iria derrubar.

Até o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez malabarismo para proteger Jair Bolsonaro.

Em entrevista ao canal bolsonarista Terça Livre, concedida na última terça-feira (18), Queiroga falou que “nós somos contra essa questão de obrigatoriedade. O Brasil é um país que tem muitas leis e que as pessoas, infelizmente, não as observam. O uso da máscara tem de ser um ato de conscientização”.

Quando assumiu o Ministério, Queiroga disse que queria que o Brasil fosse a “pátria de máscara”.