O ministro da Economia, Paulo Guedes, participa do lançamento do Painel de Viagens, ferramenta que possibilita o acesso aos dados de viagens realizadas a serviço por empregados públicos, servidores, militares e colaboradores do Governo Federal.

A Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (Anabb) vai notificar
extrajudicialmente o ministro da Economia, Paulo Guedes, por sua declaração, segundo
informou Vicente Nunes, em sua coluna no Correio Braziliense, nesta quinta-feira (15).
A declaração do ministro de Bolsonaro, é mais uma das revelações da reunião ministerial do
dia 22 de abril, que está no inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para
investigar as denúncias do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, contra Jair Bolsonaro.
Na reunião, segundo a ANABB, Guedes afirmou que é preciso “vender logo a porra do Banco
do Brasil”.
“A ANABB vem, veementemente, REPUDIAR o infeliz pronunciamento realizado por Vossa
Senhoria o qual não condiz com a cordialidade e a urbanidade que o cargo exige e que vem tão
somente, de forma imprudente, enfraquecer um dos maiores legados que o Brasil possui nos
tempos modernos: o banco de todos os brasileiros. Tal postura revelou-se despropositada e
indecorosa não somente para com a instituição e todo o funcionalismo do Banco do Brasil e,
sobretudo, para com todo o povo brasileiro”, afirma a entidade.
A associação ressalta, ainda, que a fala do ministro irritou muito os funcionários, que cobraram

da entidade uma ação efetiva, pois estão trabalhando pesado, sobretudo neste momento de
pandemia do novo coronavírus, com agências abertas e operações de crédito importantes
neste momento.
“Uma empresa não existe sozinha. O Banco do Brasil é a soma do trabalho e da dedicação de
todos os seus funcionários. Causa perplexidade a fala em um momento grave para o país e
para a sociedade brasileira. A fala desconsidera o trabalho de todos os funcionários no
contexto da pandemia, que estão atendendo a população em todo o país, correndo riscos, mas
sem abdicar de exercer seu papel. É um trabalho essencial, para os cidadãos e para a
economia”, frisa a Anabb.
Veja os principais pontos da notificação extrajudicial:
“A Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil – ANABB — vem,
respeitosamente, manifestar-se sobre o pronunciamento de Vossa Senhoria o qual afirmou
que seria preciso “vender logo a porra do Banco do Brasil”, durante uma reunião ministerial
citada pelo ex-ministro da Justiça Sérgio Moro.
Inicialmente é necessário relembrar que o Banco do Brasil foi fundado em 12 de outubro de
1808. Foi a primeira instituição bancária a operar no país e, em mais de 200 anos de existência,
acumulou experiências e colecionou inovações participando vivamente da história e da cultura
nacionais. Tem como principal missão corporativa “ser um banco de mercado, competitivo e
rentável, atuando com espírito público em cada uma de suas ações junto à sociedade”.
O Banco do Brasil é uma instituição financeira brasileira constituída na forma de sociedade de
economia mista, com participação do governo federal do Brasil em 50% das ações, sendo um
banco estatal e que possui grande representatividade no país. Conta com 15.133 pontos de
atendimento distribuídos pelo país, entre agências e postos, sendo que 95% de suas agências
possuem salas de autoatendimento (são mais de 40 mil terminais), que funcionam além do
expediente bancário. Possui ainda opções de acesso via internet, telefone e telefone celular.
Está presente em mais de 21 países além do Brasil. Demais disso, o Banco do Brasil possui
5.429 agências, estando presente na maioria dos municípios do país, com uma estrutura de
mais de 109.191 funcionários, além de 4066 estagiários, contratados temporários e
adolescentes trabalhadores.
Como se vê, é situado como um dos maiores bancos do Brasil, tanto em agências quanto em
patrimônio/receita líquida e contribui de forma intensa no crescimento econômico, industrial,
comercial e social do Brasil, atuando diretamente em situações pouco atrativas aos bancos
privados como, por exemplo, o crédito rural que precisa estar ao alcance de todos. A sua
presença nos agronegócios, financiando boa parte das exportações e na concessão de crédito
com taxas de juros bem acessíveis às micro e pequenas empresas fornecendo capital de giro e
opções de investimentos, fazem do Banco do Brasil a instituição mais procurada por pessoas
que tem o interesse de estabelecer uma empresa.
Demais, disso, o Banco do Brasil está presente em diversos segmentos culturais e artísticos, no
esporte olímpico brasileiro (vôlei, futsal, etc), entre outras modalidades esportivas,
confirmando o propósito de participar do crescimento do Brasil atuando em diversas áreas.
Dessa forma, a marca “Banco do Brasil” é uma das mais conhecidas e valorizadas pelos
brasileiros, que reconhecem na instituição atributos como solidez, confiança, credibilidade,
segurança e modernidade. Por meio de atuação bastante competitiva nos mercados em que
atua, o Banco do Brasil é uma companhia lucrativa alinhada a valores sociais.
Deve ser considerado, ainda, que tal postura não se coaduna com o posicionamento do atual

governo, tampouco do Congresso Nacional os quais sustentam a não privatização do Banco do
Brasil sendo, portanto, um discurso isolado e que não reflete a atual conjuntura política do
país.
Diante de tal contexto, a ANABB vem, veementemente, REPUDIAR o infeliz pronunciamento
realizado por Vossa Senhoria o qual não condiz com a cordialidade e a urbanidade que o cargo
exige e que vem tão somente, de forma imprudente, enfraquecer um dos maiores legados que
o Brasil possui nos tempos modernos: o banco de todos os brasileiros. Tal postura revelou-se
despropositada e indecorosa não somente para com a instituição e todo o funcionalismo do
Banco do Brasil e, sobretudo, para com todo o povo brasileiro.
Ante o exposto, considerando que o Banco do Brasil é uma instituição milenar exercendo um
papel fundamental na economia brasileira e que não merece ser tratada com descaso, a
ANABB vem NOTIFICAR Vossa Senhoria a fim de que se retrate formalmente em relação ao
pronunciamento realizado como medida de justiça e, sobretudo, de respeito a toda nação
brasileira.”