Será realizado, em São Paulo, no espaço Aparelha Luzia, no próximo dia 23 de novembro, às 18h, o debate sobre a SUPERAÇÃO DA INVISIBILIDADE DA MULHER NEGRA NA POLÍTICA.

O evento é uma realização do PCdoB, da secretaria nacional de mulheres do PCdoB, através do Programa do PCdoB de promoção e difusão da participação política da mulher.

O debate contará com a participação da secretária Nacional da Mulher do PCdoB, Daniele Costa, da deputada estadual do PCdoB/BA, Olívia Santana, da vereadora Luana Alves (PSOL/SP) de Claúdia Rodrigues, da UBM -SP e de outras autoridades.

Na oportunidade haverá o lançamento do livro Mulher Preta na Política, de autoria de Olívia Santana.

Lançamento

O livro Mulher Preta na Política já teve lançamento em quatro estados do Brasil e em Paris, com sucesso de público e vendas.

Realizado em parceria com a editora Malê, o livro é um relato pessoal, um documento histórico e um gesto de convocação para que mais mulheres negras adentrem o espaço da política. A obra já foi lançada em Paris, e no Brasil, já teve lançamento em Brasília, no Museu Nacional, Rio de Janeiro, no Museu do Amanhã, no Maranhão, na Praça dos Poetas, em São Luís, e na Bahia, na Casa Mulher com a Palavra, em Salvador, onde foi a obra mais vendida. Recentemente, a deputada teve seu livro lançado na Fundação Jean-Jaurès, em Paris, realizado pela organização Femmes de la Résistance, instituição que apoia mulheres migrantes.

Na escrita, Olívia ressalta o quanto cada fragmento de experiência marca sua práxis política. Projetos de lei de sua autoria, como o que instituiu em Salvador o “Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa”, e que inspirou a lei nacional, têm conexão direta com a reverência que lhe despertou ainda na infância a liderança de Yá Feliciana, a energia de festa e respeito que circundava em seu terreiro. O compromisso de Olívia com a Educação, adquirida desde sua formação em Pedagogia, vem transversal em sua atuação tanto como gestora quanto como legisladora. O que encontra grande simbolismo na Lei Municipal de Incentivo ao Livro e à Cultura da Leitura, iniciativa do seu mandato, enquanto vereadora de Salvador.

Nem todos os relatos do livro, entretanto, apontam para vitórias e alegrias. Ser mulher negra na política também é confrontar-se, cotidianamente, com violências diversas, de isolamento, de não pertencimento e mesmo de retaliação. Em 2001, protagonizou a resistência a uma ação truculenta de policiais no campus de Direito da UFBA, e socorreu um jovem estudante ferido. Encontrar maiorias brancas e masculinas nos espaços de decisão também marca o desafio da sobrevivência diária, muitas vezes em meio a um ambiente de hostilidade e descredibilização.

O livro Mulher Preta na Política é para Olívia Santana um manifesto de suas escrevivências, conceito de Conceição Evaristo desenvolvido como uma articulação entre escrita e oralidade, possibilidade de transmitir uma história e também se curar das chagas da injustiça social através da palavra. Às intelectuais negras que a inspiram em sua jornada, como Carolina Maria de Jesus, Lélia Gonzalez, Luiza Bairros e Keeanga-Yamahtta Taylor, Olívia se soma na disputa de narrativas que a voz e a escrita de mulheres negras vêm travando com “os perigos da história única”, tão bem descritos por Chimamanda Ngozi Adichie no TED Talk, em 2009.