A diretoria da Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social) foi obrigada a recuar no seu intento de demitir servidores do órgão, pelo menos por enquanto.
A greve dos funcionários da autarquia contra as quase 500 demissões e privatização da empresa anunciadas pelo governo no início de janeiro, além da crise sem precedentes no INSS, que obrigou o governo a ter que buscar reforços para diminuir a fila de pedidos de benefícios, fez com que a empresa avançasse na negociação com a categoria e acatasse parte da proposta dos grevistas de que os profissionais que seriam desligados sejam remanejados para o INSS.
Os servidores da Dataprev estão em greve desde o dia 27 e, apesar do recuo da direção da empresa em relação às demissões, os funcionários continuam parados e querem continuar a negociar com a mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Para os trabalhadores, qualquer proposta da empresa deve ser apresentada na mediação no TST e com a presença do Ministério Público. Segundo o diretor do SindPD/DF e da Federação Nacional dos Trabalhadores em Processamento de Dados (Fenadados), Eudes Rodrigues da Silva, nada do que venha da empresa fora da mediação no TST será aceito.
Por enquanto, a diretoria quer ceder ao INSS apenas aqueles servidores que não forem aposentados, mas as entidades sindicais recusaram a proposta. Eles reivindicam que todos os 494 servidores, aposentados ou não, devem ser cedidos ao INSS.
A Dataprev processa os dados de 35 milhões de benefícios previdenciários, além da gestão do CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais), que permite a concessão automática de vários direitos sociais, como aposentadorias ou salário-maternidade. A empresa pública também é responsável pelo sistema eletrônico que faz a liberação de seguro-desemprego, entre outras atribuições.
Segundo Eudes Silva, 90% dos trabalhadores aderiram à greve. “Nós conseguimos reverter a situação de Sergipe, onde foram demitidos 26 empregados, que nesta semana foram readmitidos”, disse.