por Cezar Xavier

No maior colégio eleitoral do país, São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também lidera a corrida para a Presidência da República com 43% das intenções de voto, polarizando com o presidente Jair Bolsonaro (PL) , que marca 30%. 

A diferença observada pelo Instituto DataFolha em São Paulo, é similar àquela que distancia Lula de Bolsonaro no resto do país. No Brasil, Lula reúne 47% das intenções de voto contra 28% de Bolsonaro, segundo o mesmo DataFolha.

A disputa entre os paulistas é observada com atenção, pois costuma ter grande impacto na disputa nacional. São Paulo conta com 21,7% do eleitorado nacional de 152,3 milhões (ou 33,1 milhões de eleitores). Apesar disso, avalia-se que o apadrinhamento de Lula deve favorecer Haddad mais que Bolsonaro favoreceria Tarcísio, que evita mencioná-lo em campanha. O apoio de Bolsonaro afasta 64% do eleitorado, que não votam no escolhido pelo presidente de jeito nenhum.

Para 49% do estado de São Paulo, o governo de Jair Bolsonaro (PL) é ruim ou péssimo, um patamar maior que o nacional (47%). Apenas 27% dos paulistas avaliam a gestão do presidente como boa ou ótima; 23% a consideram regular, enquanto 1% não soube opinar. Bolsonaro é o presidente com o maior índice de reprovação a esta altura do mandato desde a redemocratização, de acordo com a Folha de S. Paulo.

Entre os candidatos com menos pontuação, apenas Simone Tebet (MDB) teria vantagem em São Paulo, comparada com o resto do país, desconsiderando a margem de erro. Ciro Gomes (PDT) está em terceiro lugar no estado de São Paulo, com os mesmos 8% que ele pontua no cenário nacional. Simone, que marcou 1% na pesquisa nacional, vai a 3% em São Paulo.

Depois desse segundo pelotão, entram André Janones (Avante) com 2%, Vera Lúcia (PSTU), Pablo Marçal (Pros) e Felipe d’Avila (Novo) com 1% cada. Quem não pontua no estado são Sofia Manzano (PCB), Leonardo Péricles (UP), Eymael (Democracia Cristã), Luciano Bivar (União Brasil) e General Santos Cruz (Podemos).

Intenção de voto no estado de São Paulo

Segmentos

Lula também reflete no estado a preferência nacional da juventude, com leve queda na intenção de voto das pessoas com mais de 60 anos (49% contra 40%). O mesmo ocorre entre pessoas com menos formação educacional (51%) contra quem tem ensino superior (35%).

O petista também tem votação maior na capital que no interior (50% contra 37%). Perguntada a orientação sexual, Lula tem 74% dos votos entre LGBT+ (Bolsonaro tem apenas 7% neste eleitorado), assim como obtém 54% da votação entre pessoas pretas. Ele também se destaca entre pessoas com menos renda e desempregados (47% e 46%), assim como mulheres.

Em São Paulo, 9% dos eleitores afirmam que votará nulo ou em branco e outros 2% não sabem em quem votar.

Já Bolsonaro tem 34% entre homens de São Paulo, 35% entre moradores do interior, 44% entre evangélicos, 52% entre empresários e 43% entre quem recebe mais de dez salários-mínimos.

Palácio dos Bandeirantes

Como a campanha ao governo do estado ainda não alcançou visibilidade na mídia, esta polarização ainda não se consolidou entre os pré-candidatos. Apesar disso, o candidato apoiado por Lula lidera com 34% contra 13% do bolsonarista. 

Fernando Haddad (PT) tem vantagem de 21 pontos sobre Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o governador Rodrigo Garcia (PSDB), ambos com 13%. Esta pontuação é baseada no cenário em que Márcio França (PSB) desiste da disputa. 

O que o DataFolha observa é que Haddad consegue atrair 56% dos votos de Lula no estado, com a eventual saída de França. Os demais eleitores do ex-presidente se dividem em 10% para o atual governador e 5% para Tarcísio. 

Cerca de 11% dos eleitores de Bolsonaro votam em Haddad, enquanto Tarcísio recebe 32% e Rodrigo 16%. Haddad tem ainda o apoio do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), que tem 13% de influência positiva.

Quem vota em Ciro no estado também declara voto em Haddad (36%), Rodrigo (20%) e Tarcísio (9%). E os eleitores de Tebet preferem Rodrigo (34%), Haddad (19%) e Tarcísio (5%).

No cenário com França, que também apoia Lula, Haddad tem 28%, França 16%, Tarcísio 12% e Rodrigo 10%. O ex-governador deve transferir-se para a disputa ao Senado, com a saída de Datena.

O Datafolha entrevistou 1.806 eleitores de terça (28) a quinta-feira (30). Com uma margem de erro de dois pontos percentuais, a pesquisa, contratada pela Folha de S. Paulo, está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número SP-02523/2022 e BR-01822/2022.

EDIÇÃO: Guiomar Prates