Ao comemorar os 14 anos da Lei 11.635/2007, que estabeleceu o 21 de janeiro como Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, seu autor, o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB) falou sobre a importância da data na luta contra o preconceito que ainda hoje agride especialmente praticantes de religiões de matriz africana.

“Esta lei, que tive a honra de ser o autor, tem o objetivo de trazer luz para este tema da intolerância, particularmente, a intolerância religiosa, cujas as principais vítimas têm sido as religiões de origem e matriz africana”, explicou o deputado em vídeo veiculado em suas redes sociais nesta sexta-feira (21).

A criação da data teve como inspiração a emenda constitucional de autoria do histórico deputado do Partido Comunista, o escritor Jorge Amado, que garantiu a liberdade de culto no Brasil a partir de 1946. E surgiu como resposta a um dos muitos casos de intolerância religiosa ocorridos no Brasil.

No dia 21 de janeiro de 2000, a  ialorixá Gildásia dos Santos e Santos, a Mãe Gilda, faleceu por problemas cardíacos que se agravaram depois das várias agressões físicas e verbais que recebeu de evangélicos dentro de seu próprio terreiro, na cidade de Salvador. A lei foi sancionada em 2007 pelo então presidente Lula.

“Nesses 14 anos, temos feito do 21 de janeiro um momento de reflexão, de debate, de encontros ecumênicos para relembrarmos a necessidade de respeitarmos o outro e termos convivência com as diversas manifestações religiosas. Afinal de contas, a nossa Constituição estabelece a liberdade religiosa. E fomos nós, os comunistas, que fizemos o grande esforço, desde a Constituição de 1946, para que a liberdade religiosa fizesse parte da organização da vida da nação brasileira”, lembrou Daniel.

Infelizmente, acrescentou o parlamentar, “ainda é necessário combatermos as intolerâncias. Elas ainda estão presentes, mais ainda agora, quando temos outras manifestações de intolerância política, ideológica e de um presidente da República que pratica permanentemente e estimula o ódio”.

Confira o vídeo.

Por Priscila Lobregatte