Daniel Almeida comenta cenário atual e 1º de Maio na pandemia
O deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA) participou do programa Olhar 65, veiculado pelas redes sociais do PCdoB nesta quarta-feira (29), para tratar do dia e dos direitos dos trabalhadores, bem como do cenário político atual. Daniel disse que, independentemente da pandemia, “Bolsonaro é o grande entrave do Brasil” e por isso, o impeachment pode ser um instrumento. Ponderou, contudo, que precisa ser bem estudado.
“O impeachment faz parte dos debates em curso. Mas é preciso colocar questões sobre este caminho visto que o processo é longo, oito, nove meses. Além disso, há que se pensar na chamada correlação de forças: mesmo com todo o isolamento acumulado, uma parcela da opinião pública ainda está com Bolsonaro. Tem razão de sobra pra impeachment [em termos de crimes cometidos], mas as razões e a oportunidade de fazê-lo, temos que pensar com muito cuidado”, defendeu.
Daniel Almeida também argumentou que Bolsonato está cada vez mais isolado e escancara a velha política do toma-lá-dá-cá para se aliar a setores do chamado Centrão. Com isso, afasta-se do discurso de campanha contrário ao fisiologismo, o que pode lhe afastar de parte dos eleitores.
Afirmou, contudo, que a saída, como tem sido formulada pelo PCdoB, deve estar na organização de uma frente ampla, que garanta diálogo entre as diversas forças políticas.
“O amplo diálogo é uma responsabilidade das esquerdas e dos movimentos sociais”, destacou, dizendo que a organização deste 1º de Maio solidário e virtual vem demonstrar este ensejo.
“Nossas diferenças políticas, programáticas, não vão desaparecer. Mas precisamos encontrar nossos pontos de convergência, como a defesa dos direitos sociais, dos direitos do trabalhador”, defendeu.
Direitos dos trabalhadores .
Daniel argumentou que desde o início do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff “a Câmara Federal tem maltratado muito os trabalhadores. São quatro anos de anormalidade no processo democrático brasileiro e vemos no período uma avalanche de projetos contra os trabalhadores, como reforma trabalhista e previdenciária. A pandemia propicia a reflexão sobre a necessidade de protegê-los”, destacou.
“Bolsonaro nunca aceitou a Constituição de 1988. Não tem compromisso com o país. O compromisso dele é semear discórdia, proteger a família dele e desestabilizar Instituições. E o [ministro da Economia, Paulo] Guedes é o grande instrumento de realização de políticas que servem aos interesses da banca. Só pensa na agiotagem”, denunciou. “Se alguém deveria ser exonerado, devia ser o Guedes”, ironizou.
Ele lembrou ainda que enquanto o presidente e seus ministros agem contra os trabalhadores, seu mandato, e a bancada do PCdoB em geral, tem buscado encaminhar e defender projetos como a renda básica emergencial e as linhas de crédito com custo zero – aprovada com juros baixos – para salvar as micro e pequenas empresas.
“Liberais reconhecem mundo a fora a necessidade de mudar o curso das ações do Estado para fazer enfrentamento da pandemia, ampliando a ação em defesa dos direitos dos trabalhadores e garantindo a sobrevida das pequenas empresas”, argumentou, registrando que também neste quesito Bolsonaro e Guedes seguem “na contramão”.