O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Pandemia

O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Pandemia, afirmou que já “está provado” que o governo federal “não quis comprar vacina”.

“Em um mês de CPI, já tivemos as conclusões: o governo não quis comprar vacina, está provado, tripudiou da vacina, e acreditou na imunidade de rebanho e no tratamento precoce. Não tem pra onde correr”, disse Omar Aziz.

“Pior, divulgando isso sem acompanhamento médico e isso comprometeu muitas vidas”, acrescentou.

Aziz declarou que o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, durante seu depoimento na CPI, “conseguiu, de cada fato que aconteceu, criar uma versão de um fato que ele mesmo disse: “Um manda e o outro obedece”. Simples assim, e rindo, de uma forma jocosa em relação às famílias que perderam pessoas pela Covid”.

“Todos nós, não há exceção no Brasil, que não tenham perdido um familiar, um amigo, um vizinho ou alguém que conhecêssemos, todos nós tivemos esse tipo de perda. Infelizmente isso aconteceu. Então não foi uma mentira, foram várias mentiras ao longo do depoimento dos dois dias e, infelizmente, ele estava munido de um habeas corpus e nada podemos fazer”, afirmou em entrevista ao portal IG.

O presidente da CPI declarou que não foi somente na desculpa de Pazuello (ele alegou que foi ao estabelecimento para comprar máscara) ao entrar num shopping sem máscara em Manaus em que ele mentiu. No fim de semana passado, Pazuello participou de um ato ao lado de Bolsonaro, sem máscara.

Questionado se existem contradições entre o que Pazuello fala e o que pratica, Aziz respondeu que existem “várias”.

“Várias, não só essa, por isso a gente afirma que não estamos dizendo algo sem o fato concreto, ele [Pazuello] mente. Aquilo lá [ato de Bolsonaro com motociclistas] é o verdadeiro “motoqueiros do apocalipse”, está morrendo um monte de gente e o cara diz que aquilo não era um ato político, era o que aquilo ali?”, questionou.

“‘Vamos passear de moto e fechar todas as ruas do Rio de Janeiro, porque eu sou o presidente eu mando e faço o que quiser?’, coloca mil policiais para dar segurança e fazer um passeio a troco de quê? Por que o presidente quer passear de moto? Fechar uma cidade para ele andar de moto enquanto morre gente”, continuou.

“Aí vem um general de três estrelas e dá essa desculpa esfarrapada para o comando do Exército. Ou ele está muito confiante que o Bolsonaro irá protegê-lo, ou ele menospreza a inteligência de generais acima dele no Exército brasileiro”, comentou.

“Aquilo lá não era um cortejo fúnebre de apoio a alguma coisa, aquilo era um cortejo para o ego do presidente, e ali se dispõe um palanque sem máscara com o ex-ministro, que é tratado como herói porque mentiu. Em vez de nos proteger, que é o papel das Forças Armadas, de proteger o povo brasileiro, ele protegeu o Bolsonaro”.

Aziz considera que “com o depoimento da Pfizer e do Butantan, não tem mais o que falar sobre o descompromisso em comprar vacinas, que levou ao óbito de milhares de pessoas”.

“No depoimento do Dimas Covas, ele afirmou que se o governo brasileiro tivesse feito um contrato, ele disse o seguinte: ‘Nós estivemos em uma reunião e oferecemos 60 milhões de vacinas e eles não deram atenção’. Depois, em uma reunião entre o Ministério da Saúde e o Butantan, ficou acertada a compra de 48 milhões de vacinas. No dia seguinte, o presidente, pelas redes sociais, disse, atacando, que quem mandava era ele e que não ia comprar a ‘vachina’ chinesa, e esculhambou a China”, relatou o senador.