“Nossos achados reforçam que a vacinação é uma medida de saúde pública essencial para reduzir os índices de fatalidade por Covid-19 em todas as faixas etárias”, afirmam os autores do artigo

Uma pesquisa realizada em Londrina, no Paraná, revelou que 75% das mortes por Covid-19 registradas nos primeiros dez meses de 2021 ocorreram em indivíduos que não foram vacinados. Os idosos não imunizados morreram quase três vezes mais do que os que receberam o imunizante. Entre pessoas com menos de 60 anos, o número de óbitos de não vacinados foi 83 vezes maior do que nos imunizados. O estudo foi conduzido pela Universidade Estadual de Londrina, pela Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, pela Universidade Federal de São Carlos e pela Faculdade de Medicina Albert Einstein dos Estados Unidos.

Foram analisados de 59.853 casos confirmados de Covid-19 e 1.687 mortes pela doença, registrados entre janeiro e outubro de 2021. Dos óbitos reportados, 1.269 envolveram indivíduos não vacinados. Já entre os casos confirmados, 48.217 foram em pessoas que não tomaram a vacina, 7.207 em indivíduos parcialmente imunizados e 4.429 em pessoas com ciclo vacinal completo. Dos vacinados que foram infectados, 54% tinham mais de 60 anos.

Os pesquisadores se nortearam pelas taxas de letalidade (proporção entre o número de mortes e o número de casos) com base em três parâmetros: idade dos participantes, com o status de vacinação e segundo a relação de ambas as características (idade e vacinação). No primeiro modelo, quanto mais elevada a idade dos indivíduos, maior a letalidade observada. A segunda análise revelou que os vacinados apresentaram uma taxa de letalidade 40,4% inferior do que os não vacinados.

O terceiro parâmetro constatou que a vacinação reduziu as mortes em todas as faixas etárias. Outra constatação foi que, dentre os idosos com 80 anos ou mais, por exemplo, o número de óbitos foi duas vezes maior do que os entre os vacinados, o que evidencia a eficácia da vacina na proteção, inclusive dos mais vulneráveis contra SARS-CoV-2.

Já o terceiro modelo confirmou que a vacinação reduziu as mortes em todas as faixas etárias. Em pessoas acima de 80 anos, por exemplo, os não vacinados morreram duas vezes mais do que os imunizados, evidenciando a eficácia da vacina em proteger inclusive os mais vulneráveis contra o SARS-CoV-2.

Esses resultados reforçam os de outros trabalhos já publicados. Entre eles, um estudo observacional com dados de 90 países que mostrou que, a cada aumento de 10% na cobertura vacinal, a mortalidade reduz 7,6%.

“Nossos achados reforçam que a vacinação é uma medida de saúde pública essencial para reduzir os índices de fatalidade por Covid-19 em todas as faixas etárias”, afirmam os autores do artigo.

[…] Hoje a nossa única arma, evitando agravamento da doença ou óbitos, é justamente pela vacina. Por isso, peço que as pessoas completem a sua imunização e tomem a dose de reforço no intervalo adequado. É uma campanha coletiva. Precisamos dessa conscientização para continuar a luta contra a pandemia”, enfatizou o secretário de Estado da Saúde do Paraná, Beto Preto.

Ele reforça que os idosos precisam desta blindagem contra o coronavírus. “Fatores de risco, como comorbidades, podem aumentar a chance de óbitos. Este grupo também foi um dos primeiros a se vacinar, portanto, deve dar atenção à dose de reforço e aos cuidados. É uma doença que se manifesta de formas que ainda estão sendo estudadas, por isso precisamos estar atentos à vacinação”, completou.

Levantamento da Secretaria de Saúde do Distrito Federal divulgado em 11/2 mostra que o índice de mortalidade de idosos que não completaram o esquema vacinal e sem a dose de reforço é 33 vezes maior do que entre aqueles que tomaram as três doses da vacina contra a Covid-19.

Dos 93 pessoas vacinadas com mais de 60 anos que faleceram por Covid-19 no Distrito Federal entre 01 de janeiro e 07 de fevereiro, 79 (82,3%) não tinham recebido três doses da vacina e 14 haviam tomado, inclusive, a terceira dose. A taxa de mortalidade do primeiro grupo ficou em 164,2 óbitos por 100 mil habitantes contra 4,9 por 100 mil habitantes.