Agente de saúde emocionada quando dos avanços obtidos na luta contra pandemia em Wuhan

A China ultrapassou no último final de semana a marca de um bilhão de doses de vacinas contra a Covid-19, cerca de 40% dos 2,5 bilhões de injeções já aplicadas por todo o planeta.

Conforme a Comissão Nacional de Saúde da China (NHC), a quase totalidade das 100 milhões de doses administradas nos cinco dias que antecederam sábado (19) foram desenvolvidas pelas empresas locais Sinovac e Sinopharm, numa campanha de vacinação apontada como referência.

Adotando uma política de cordões sanitários, a China alcançou seu primeiro milhão de doses em 27 de março – duas semanas depois dos Estados Unidos – aumentando seu ritmo imensamente em maio, com mais de 500 milhões de vacinas aplicadas no mês passado. “A China levou 25 dias para passar de 100 milhões de doses para 200 milhões de doses, 16 dias para aumentar de 200 milhões para 300 milhões e seis dias de 800 milhões para 900 milhões”, informou a Xinhua.

A qualidade do trabalho desenvolvido pode ser visivelmente mensurado na comparação do número de mortos. Com 1,4 bilhão de habitantes, o gigante asiático agiu de forma rápida e eficiente para isolar o vírus, possibilitando que até esta quarta-feira (23) totalizasse apenas 33.591.253 casos e 4.636 falecidos. Com 331 milhões de habitantes, os Estados Unidos somam 33.5 milhões contagiados e mais de 600 mil mortos, enquanto com 63 milhões de habitantes o Reino Unido alcance 4,65 milhões de casos e 128 mil óbitos.

Apesar dos chineses terem registrado um crescimento vertiginoso nas aplicações, com 71,51 a cada 100 pessoas (somando os que tomaram a primeira dose e as duas doses), quem encabeça a liderança da lista da vacinação é o Reino Unido, com 109,45; seguido pelos EUA, com 95,07; Canadá, 85,29; Alemanha, 79,32 e Itália, 76,11. Logo atrás da China vem França, 71,36; e Turquia, 50,21. Com tão somente 41,25, o Brasil está em 68º no ranking dos vacinados até aqui.

Uma ação bastante rápida e eficiente das autoridades sanitárias possibilitou a contenção do vírus na capital, Pequim, e em vários grandes centros, liberando profissionais de saúde para o combate em vários surtos locais, incluindo nas províncias de Anhui e Liaoning do norte e Guangdong, no sul, que haviam feito despertar o pavor de infecções, e provocando uma corrida à vacinação nas regiões afetadas.

O país também começou a vacinar menores de 18 anos, com adolescentes elegíveis para receber as vacinas da Sinopharm e da Sinovac.

Enquanto as exportações de vacinas por parte dos EUA seguem sob restrição, não tendo chegado até aqui a 10 milhões de doses, a China já exportou mais de 80 milhões de doses para 60 países.

Em maio, a Sinopharm recebeu aprovação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para uso emergencial. Em junho, foi a vez da Sinovac.

Ambas são vacinas com pedaços de vírus inativado, para que não possam ser capazes de infectar o organismo. Muitas outras vacinas usam tecnologia similar, como as da poliomielite e da gripe.

Tanto uma quanto a outra contém uma série de proteínas às quais o sistema imunológico pode responder, estimulando a produção de anticorpos para combater o coronavírus, além de terem ínfima incidência de efeitos colaterais.